“Todo mundo tem lugar no circo”

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“Todo mundo tem lugar no circo”

Morador de Estrela, Jéferson Köhnlein, 30, tornou-se artista e professor circense. A arte lhe trouxe alegria e a possibilidade de auxiliar na formação de cidadãos mais confiantes, desinibidos e felizes. Para ele, qualquer que seja a habilidade de uma pessoa,…

“Todo mundo tem lugar no circo”

Morador de Estrela, Jéferson Köhnlein, 30, tornou-se artista e professor circense. A arte lhe trouxe alegria e a possibilidade de auxiliar na formação de cidadãos mais confiantes, desinibidos e felizes. Para ele, qualquer que seja a habilidade de uma pessoa, ela terá espaço para se apresentar no circo.

• Quando começou sua vida na arte?

Conheci a arte por meio de um amigo que veio do Cirque du Soleil. Acabou me interessando. Sempre gostei de arte, desde criança. Vim de uma família muito humilde e sempre me envolvi em projetos culturais como a capoeira, artes marciais, teatro. Hoje trabalho com o circo, sou professor no Colégio Santo Antônio, de Estrela. Pertenço à trupe Viajantes dos Sonhos. Sou acrobata, faço um aparelho chamado roda-circo. Uma roda bem grande na qual eu giro dentro.

• Como funcionam as aulas de circo?

Como também sou faixa preta de karatê, venho procurando formar cidadãos. Às vezes em um grupo não temos artista, atletas de alta performance. Então procuro trabalhar a parte social com os alunos. A perda dos medos, da vergonha de falar em público, a lutar contra as frustrações pessoais. Procuro auxiliar na formação de cidadãos para a sociedade. Pode ser que dali saia um médico, um advogado, um pintor. Seja qual for a profissão, que tenha caráter e valores.

• De que forma a arte mudou sua vida?

Antes de ser professor eu trabalhei em marcenaria, fábricas de calçados, sempre no pesado, mas nunca larguei os estudos. Trabalhei anos com projetos sociais para pessoas carentes de Estrela e consegui uma vaga no Colégio Santo Antônio. Depois que conheci a arte, realmente mudou a minha vida. Foi o que me salvou, porque eu estava entrando em um quadro de depressão. A arte faz eu me apresentar para pessoas que eu nem conhecia e que reconhecem o meu trabalho. Me deu um lampejo de vida, uma coisa que te diz: “cara, não desiste disso aí, tem pessoas se inspirando em ti”. Hoje, para mim, a arte é realmente um estilo de vida, um amor.

• De que forma o circo te acolheu?

O circo é uma grande família. Ele te acolhe independente de sua habilidade, principalmente para as crianças que às vezes dizem: “ah, eu não sei nada, eu não tenho talento”. Não, todo mundo tem lugar no circo, o circo é uma grande família. Acredito que em todas as artes seja assim. Mas toda vez que tu pensa em circo, não pensa em coisas tristes, pensa em coisas alegres. Isso é interessante da arte circense, ela traz alegria. Hoje estamos em mundo muito caótico, muito superestimado pelas redes sociais e tecnologia, então é muito fácil tu te perder, criar uma tristeza muito grande. O circo não, tu já pensa em coisas alegres, jamais uma pessoa vai dizer que foi ao circo e ficou triste. O circo é uma coisa muito linda.

BIBIANA FALEIRO – bibiana@jornalahora.inf.br

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