A Universidade do Vale do Taquari (Univates) quer ampliar o modelo de bicicletas compartilhadas para os alunos. Denominado de “BiciVates”, o sistema já é bastante difundido em cidades e países mais desenvolvidos e mais preocupados com a mobilidade urbana. Em Lajeado, a ferramenta está restrita ao campus. A ideia é levar os equipamentos até o Parque dos Dick, na área central da cidade, interligando a área de lazer com o Parque Tecnológico por meio da ciclovia da Rua Bento Rosa, às margens do Rio Taquari.
Uma equipe da universidade já levou o assunto até o gabinete do prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo. Lá, os representantes da academia ouviram que a proposta “não é tão simples assim”. Há entraves burocráticos. Especialmente pelo fato da Univates solicitar o uso do espaço público para a instalação de um ponto de estacionamento para as bicicletas no Parque dos Dick. Parece ser um problema de simples resolução. Basta uma pitada de boa vontade, já que a contrapartida é um tanto quanto óbvia.
Mas é preciso ir além desse eventual acordo. E é aí que a ideia tende a ficar mais interessante para a sociedade em geral. A proposta da Univates é movimentar ainda mais a ciclovia já instalada – de forma precária – na Rua Bento Rosa. Mas, para tal, será preciso investimento do poder público em novas pinturas, reforma de calçadas e até na construção de alguma ferramenta de proteção a todos os ciclistas e caminhantes. Cones ou muretas. Sei lá. Mas algo precisa ser feito para impulsionar, também, a Rota da Inovação.
Voltando para a universidade, é preciso ir um pouco mais além. Há quem reclame, hoje, do modelo do BiciVates. Com certa razão. A falta de tecnologias inovadoras para o uso dos equipamentos, como por exemplo um aplicativo para travar, destravar e fiscalizar o uso das 120 bicicletas – como se vê em países mais desenvolvidos –, destoa um pouco das ações recentes da Univates. Talvez a insegurança ainda não permita este modelo, é verdade. Mas talvez seja a hora de arriscar.
RODRIGO MARTINI – rodrigomartini@jornalahora.inf.br