Cirurgias eletivas e partos estão suspensos desde o dia 9, no Hospital Dr. Anuar Elias Aesse. A medida segue orientação da Vigilância Sanitária e 16ª Coordenadoria da Saúde (CRS).
Conforme o administrador da instituição, Alessandro Weber, o bloco cirúrgico terá de passar por obras de adequação e investimento em equipamentos. “De acordo com o relatório de inspeção sanitária do dia 15 de agosto, somente serão realizados os procedimentos no qual o risco de morte for superior ao risco sanitário”, explica Weber.
“Não houve uma interdição, fomos orientados. Se fosse caso de interdição, haveria uma multa e outras imposições contra o hospital”, esclarece.
Segundo ele, somente poderão ser realizados procedimentos no bloco cirúrgico em caso de urgência, devidamente justificado pelo médico, através do prontuário. O administrador da casa de saúde observa que apenas para aquisição de equipamentos será necessário investir R$ 100 mil.
“Ainda não temos um orçamento de quanto vai custar as adequações. Também não há recurso, estamos em contato com prefeitura e deputados para viabilizar as adequações e voltar a oferecer os serviços à população”, ressalta Alessandro.
Na questão das mudanças estruturais, será necessário modificar o fluxo do centro cirúrgico. “Em tese, é mudar janelas, portas e paredes. Não é o maior problema das exigências, nosso maior impacto financeiro está na aquisição dos equipamentos”, explica o gestor do hospital.
Partos e cirurgias
A Secretaria da Saúde não informou oficialmente para qual hospital gestantes e pacientes que necessitam de cirurgia serão encaminhados. Há uma conversa avançada com a equipe do Hospital Arroio do Meio, para formulação de contrato. “Recebemos um e-mail informando que o setor jurídico está avaliando a situação”, comenta Weber.
Conforme dados do Hospital Dr. Anuar Elias Aesse, até o fim do ano estavam previstos 40 nascimentos na unidade. “Quem acaba sofrendo com essa situação é a população. Também haverá dificuldade no acompanhamento de médico nestas situações”, alerta.
Entre Boqueirão do Leão e Arroio do Meio são cerca de 70 quilômetros. Parte deste percurso é estrada de terra. O governo municipal realizou recentemente reunião com a direção do hospital para avaliar a situação. Na ocasião, o prefeito Paulo Joel Ferreira (MDB) destacou o apoio que a prefeitura tem concedido em relação à casa de saúde.
Ferreira deixa claro que, o município sempre cooperou com o hospital repassado recursos. Observa que a gestão da casa de saúde é feita pela associação e entende que deve haver uma soma de esforços para reabrir o bloco cirúrgico.
Captação de recursos
A direção do hospital encaminhou projeto junto ao Fórum de Venâncio Aires para captar recurso. Outra tentativa é direcionar emenda parlamentar do deputado Marcelo Moraes (PTB/RS). “O recurso inicial é destinado para custeio na área da saúde. Queremos que o Executivo repasse ao hospital e viabilize as adequações exigidas pela Vigilância Sanitária”, acrescenta Weber.