Conhecida popularmente como a “rua do Valão”, a avenida Décio Martins Costa será alvo de uma intervenção no próximo dia 22, numa parceria do Poder Público com entidades diversas. Mas que nasceu a partir de uma pesquisa de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da Univates.
A iniciativa é da designer Marina Helena Müller, 24. A partir do trabalho, surgiu o interesse em realizar intervenções artísticas na área do Valão, por onde passa o Arroio do Engenho. A atividade inicia às 9h, nos fundos do Centro Evangélico Alberto Torres (Ceat), com a pintura do concreto.
“Como eu trabalho perto do Valão, passo ali todos os dias. Me chamava a atenção aquele local. E eu sempre gostei de trabalhar com essa temática urbana, voltada para ocupação de espaços públicos. Existem vários casos. Então, escolhi um local de Lajeado para fazer esta intervenção”, explica.
Inicialmente, a intervenção será feita num trecho de 80 metros, em uma área estratégica. “É um local que tem muitas árvores e uma sombra boa. Já é bonito por si só, e com a intervenção terá mais poder de atração para a comunidade”, projeta Marina.
As artes, pré-definidas, estão sob responsabilidade do Coletivo Rola Rolê. Serão feitas pinturas e frases com alusões ao arroio. Para isso, serão fornecidas tintas e pincéis para a comunidade.
Arte na Cidade
A proposta de intervenção artística no Valão foi apresentada ao secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Carlos Reckziegel, por sugestão da Univates. E, logo, teve o apoio do governo. “Entramos em contato com a Marina e ela nos apresentou o projeto. Uma intervenção artístico-cultural, num espaço pouco utilizado, é muito importante”, comenta o secretário.
A programação do Ocupa Valão terá, além das pinturas, um palco aberto para artistas, feira de adoção de cães do Canil Municipal e a doação de mudas da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Outro momento importante será a apresentação do projeto Arte na Cidade.
“Há algum tempo conversamos sobre isso com o Sesc e a Univates. Temos alguns bons exemplos a serem seguidos. Então decidimos fazer um projeto conjunto, com esse mesmo propósito de ocupação de espaços”, resume Reckziegel.
Fechamento ainda intriga
O Arroio do Engenho percorre diversos bairros de Lajeado e tem importância histórica no desenvolvimento da cidade. Contudo, devido a problemas como o mau cheiro, foi coberto em quase toda a sua extensão.
Marina admite que teve dificuldades na pesquisa, pois as informações sobre quando e porque e quem determinou o fechamento do arroio são imprecisas. “Nas entrevistas que fiz, algumas pessoas relataram que foi nos anos 80. Numa reportagem, a bióloga falou que era dos anos 70. Mas acredito que ele foi tapado aos poucos, não de uma vez só”, salienta.
MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br