Justiça determina cassação de prefeito de Paverama

MANDATO EM XEQUE

Justiça determina cassação de prefeito de Paverama

Vanderlei Markus pode ser afastado do cargo após fim dos recursos em primeira instância. Defesa nega favorecimento a um empresário e alega que denúncia partiu após desavença com uma agente da Vigilância Sanitária

Vale do Taquari

A 4ª Câmara do Tribunal de Justiça do Estado considerou o prefeito Vanderlei Markus (MDB) culpado pelos crimes de prevaricação e subtração de documento público. O julgamento ocorreu na manhã de ontem em Porto Alegre.
Os crimes teriam ocorrido entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014 e se tratam de um suposto favorecimento a uma agroindústria. Para a acusação, Markus agiu em favor do empresário, que também seria um aliado político. O prefeito, afirma o Ministério Público, teria evitado fiscalização sanitária ao estabelecimento que fica na localidade de Boa Esperança.
Os crimes teriam ocorrido entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014 e se tratam de um suposto favorecimento a uma agroindústria. Para a acusação, Markus agiu em favor do empresário, que também seria um aliado político. O prefeito, afirma o Ministério Público, teria evitado fiscalização sanitária ao estabelecimento que fica na localidade de Boa Esperança.
A Justiça decidiu pela perda do mandato, bem como à pena de dois anos e dez meses de prisão em regime aberto, cinco meses de detenção e multa. O empresário Roni Vieira Sarmento foi condenado à pena de dois anos e seis meses de prisão em regime aberto, cinco meses de detenção e multa. O ex-secretário municipal da Agricultura e Meio Ambiente, Sinésio Pletsch, e o fiscal municipal Júlio César Bruxel foram condenados a dois anos e meio de reclusão em regime aberto.

Selo falso e briga

A empresa havia sido vistoriada pela Vigilância Sanitária do município. A responsável pelo Serviço de Inspeção Municipal notificou o empresário para fazer adequações, como forma de legalizar o empreendimento à venda de carne moída congelada e linguiça mista defumada.
De acordo com a denúncia, no rótulo dos produtos, constava o selo de inspeção do SIM com número do registro junto à Secretaria da Agricultura, informação que seria falsa, diz o Ministério Público.
Com a notificação, o empresário teria ameaçado a servidora. A briga chegou ao conhecimento do prefeito. Para a acusação, Markus não teria agido contra a empresa.

Gaveta arrombada

De acordo com o MP, em fevereiro de 2014, Vanderlei Markus, Roni Vieira Sarmento, além do então secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Sinésio Pletsch, e do fiscal de vigilância sanitária Júlio César Bruxel, arrombaram com uma chave de fenda os armários e arquivos de uso pessoal da coordenação do SIM municipal e subtraíram documentos consistentes em relatórios de vistorias e inspeções na empresa, um Termode Compromisso (TAC) firmado entre o município e o empresário, bem como um ofício,também relacionado à empresa de Roni Sarmento.
Sobre os documentos, a defesa alega que o prefeito assinou o TAC sem conhecimento jurídico, pois previa adequações em um prazo de quatro anos. “É muito tempo. Não se faz um documento para registro sanitário com um prazo destes. Nisso o prefeito errou”, admite o advogado.
Ainda assim, de acordo com Barreto da Silva, esse termo não tinha validade legal e, tempo depois, foi feito um novo documento, que passou a vigorar e foi cumprido. “Tanto que a empresa está em operação.”

Embargos declaratórios

A decisão em primeira instância possibilita a continuidade do prefeito no cargo até os recursos serem esgotados, afirma o advogado do prefeito Fabiano Barreto da Silva. “Ele não sai do cargo agora. Vamos esperar o Acórdão e analisar a decisão dos desembargadores. A cassação só vale após a confirmação do Superior Tribunal de Justiça”, afirma.
De acordo com ele, no julgamento da manhã de ontem, houve algumas incongruências. A partir disso, a estratégia da defesa é apresentar embargos declaratórios. O instrumento visa pedir esclarecimentos sobre alguns aspectos das decisões dos magistrados.
O advogado diz que o prefeito é inocente das acusações de favorecimento ao empresário. “Nunca houve prevaricação. Tanto que foi o prefeito que contratou a servidora para o Sistema de Inspeção.”
A defesa alega que não houve e não há qualquer relação pessoal, política ou financeira entre o prefeito e o empresário.

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