Ampliar o número de vereadores em meio a uma das mais graves crises financeiras no setor público é um contrassenso. Em tempos em que a credibilidade da política está cada vez menor, a proposta soa como um disparate.
Diante dos rumores acerca de um suposto movimento para ampliar a quantidade de parlamentares em Lajeado, A Hora resolveu tirar a história a limpo e contatar cada um dos vereadores para conhecer os seus posicionamentos e argumentos.
Por mais que seja importante fortalecer a representatividade, e que o trabalho do Legislativo seja fundamental para a democracia, a conjuntura econômica do país exige eficiência e austeridade, especialmente do setor público.
Com tantos cortes nos recursos em nível federal e estadual, em áreas nevrálgicas, como saúde e educação, a sociedade tende a não aceitar com passividade o aumento das despesas da classe política, que já são enormes, vide o exemplo de Brasília.
Segundo dados da União Interparlamentar, o país tem o segundo Congresso mais caro do mundo. Cada um dos 513 deputados brasileiros e dos 81 senadores custa mais de R$ 27,7 milhões por ano. Ao todo, são mais de R$ 16,4 bilhões anuais.
Longe de sugerir a criminalização da política ou a diminuição da democracia representativa, a matéria propõe a reflexão e o debate sobre os impactos financeiros que a ampliação causaria em nível municipal.
Vereadores, deputados estaduais, federais e senadores são agentes políticos designados pelo povo, por meio do voto, para participar das decisões que envolvem o interesse público. Mesmo que a população não tenha bem clareza sobre a atribuição de cada um dos seus representantes, o papel do legislador é fundamental para o equilíbrio da democracia.
Com o agravamento da crise econômica no Brasil, os escândalos de corrupção e o visível afastamento entre os interesses do povo e de seus representantes, são crescentes as críticas em relação ao preço que a sociedade paga para manter a classe política.
Editorial
Quem quer mais vereadores?
Ampliar o número de vereadores em meio a uma das mais graves crises financeiras no setor público é um contrassenso. Em tempos em que a credibilidade da política está cada vez menor, a proposta soa como um disparate. Diante dos…