Considerada uma doença contemporânea, o envelhecimento dos dentes começou a chegar antes na vida de pelo menos 30% dos jovens com idade entre 25 e 30 anos. No geral, este quadro acometia apenas a terceira idade.
De acordo com o cirurgião dentista lajeadense Douglas Henrique Specht, a antecipação do problema, batizado de lesões cervicais não cariosas e hipersensibilidade dentinária, aumentou progressivamente dentro dos consultórios.
Os estudos sobre a doença também são recentes. O tema é pesquisado inclusive no Brasil, pela Universidade Odontológica de Uberlândia, de Minas Gerais. As pesquisas, que iniciaram em 2008, indicam que o estilo de vida contemporâneo acelera o processo de perda da estrutura mineral dos dentes. Entre os primeiros sintomas estão a hipersensibilidade e retração gengival. São cinco os grupos de risco desta doença:
Ex-usuários de aparelhos ortodônticos
Após o uso de aparelhos ortodônticos é necessário acompanhamento com um profissional especializado. Quem passou pelo tratamento tem as chances aumentadas de ter retração gengival, o que acelera o desgaste.
Doenças gástricas
Pacientes com refluxo e úlcera, que se submeteram à cirurgia bariátrica ou utilizam balão intragástrico também têm predisposição para o desgaste no esmalte dos dentes. “Esse grupo apresenta degradação causada pelo ácido clorídrico do estômago”, explica Douglas. Uma dica importante é não escovar os dentes logo depois de acordar ou ter tido refluxo. O ideal é lavar a boca com água primeiro.
Atletas amadores
Pessoas cuja nutrição inclui um grande volume de bebidas cítricas estão na lista. “Cada vez mais consome-se água com limão espremido para aumentar o metabolismo, além de chá verdes e isotônicos. São substâncias que degradam o esmalte ao longo do tempo”, revela. Por isso, é indispensável que o dentista avalie a dieta do paciente e indique um creme dental que dificulte a ação corrosiva.
Apertar os dentes
De acordo com pesquisas na área, cerca de 70% das pessoas ansiosas apertam os dentes. “A pressão pode abrir microfissuras na superfície do dente e propiciar aceleramento na corrosão do esmalte. O ideal é um tratamento multidisciplinar entre dentista e equipe de tratamento psicológico”, indica Douglas.
Tratamentos agressivos
Quem passa por quimioterapia ou radioterapia também pode sofrer com a doença. “Sempre que alguém se submete a este tipo de tratamento, o ideal é que já procure acompanhamento odontológico para prevenção”, salienta.