Nova chance  à participação

Editorial

Nova chance à participação

  Encerra hoje mais uma edição da Consulta Popular. Em poucos segundos, o eleitor pode acessar o site e ajudar a definir o rumo de R$ 628 mil, entre projetos voltados ao desenvolvimento regional. Apesar do valor ter reduzido consideravelmente…

 
Encerra hoje mais uma edição da Consulta Popular. Em poucos segundos, o eleitor pode acessar o site e ajudar a definir o rumo de R$ 628 mil, entre projetos voltados ao desenvolvimento regional. Apesar do valor ter reduzido consideravelmente em relação aos anos anteriores, trata-se de uma ferramenta importante da democracia e da participação cidadã.
Instituído em 1998, o processo parte do princípio de ampliar a contribuição das pessoas na escolha das políticas públicas essenciais para determinada região. Uma tentativa de formar mais líderes locais e implantar o hábito de pensar sobre as necessidades da comunidade.
A partir disso, verifica-se nos Conselhos Regionais de Desenvolvimento um trabalho cada vez mais relevante para a evolução no debate sobre carências e potencialidades. Por outro lado, as sucessivas falhas dos governos em não cumprir com o acordado, demorando no pagamento dos projetos escolhidos, geram certa desconfiança na população.
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Uma iniciativa louvável, mas que perde força diante da incompetência na gestão do dinheiro público. Os resultados esperados não se confirmaram. O Estado solicita apoio dos eleitores, reforça a importância da participação, vende a imagem da população como protagonista frente às prioridades locais, mas dificilmente cumpre com as promessas.
Apesar da reincidência de descumprimento por parte do Piratini, incentivar a participação das pessoas é fundamental, em especial pelo momento de incertezas pelo qual passa a democracia no país. As escolhas da comunidade precisam ser ouvidas, anotadas e resolvidas.
A omissão do poder público também interfere na relação das pessoas com a política. Desestimula e leva à contrariedade. Disso, crescem as máximas: governo nenhum presta, todos os políticos são corruptos e meu voto não faz diferença. O distanciamento abre espaço para os oportunistas.
Ainda que sejam necessárias mudanças estruturais tanto na gestão como no modelo da política, a democracia ainda é o melhor modelo. E nada é mais democrático do que abrir a possibilidade de os eleitores escolherem investimentos prioritários às suas localidades.

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