Com 46 anos de serviços prestados ao município de Estrela, Ieda Drebes Kuhn, 65, passou por diversos setores da administração pública. Foi na Junta Comercial que ela encontrou sua vocação, há 30 anos. Neste período viu abrir e fechar diversos negócios em 11 municípios da região. Viu também o movimento no balcão encolher, em função da digitalização.
Como você começou a trabalhar no município de Estela?
Entrei no dia 1 de agosto de 1974. Comecei na Biblioteca Pública Municipal, com o falecido prefeito Gabriel Mallmann, e depois fui trocando de setores. Trabalhei internamente na prefeitura, na Educação. Depois passei para a Administração, e fui convidada para fazer o treinamento para vir para a Junta. Relutei muito no começo, mas hoje eu amo o que eu faço. Embora tenha mudado muito ao longo dos anos.
Como foi quando o sistema passou a ser online?
Desde janeiro, temos a junta 100% digital. Passo o dia no computador, não tem mais nada em papel, então a gente estranha um pouco esta mudança. Essa prateleira era virada em livros, isso era livro que não acabava mais. Muitas mudanças, mas graças a Deus foi melhor. Eu tinha muito fluxo, muito movimento o dia inteiro. Na verdade, se tornou monótono, em questão das pessoas físicas não virem mais. O fluxo continua, mas sem esse contato. Quando abre uma empresa nova eu não fico mais sabendo. Quando era físico, eles eram obrigados a autenticar todos aqui.
Como é essa relação com as pessoas ao longo de tanto tempo?
É um dom que eu tenho de lidar com as pessoas. Nestes 30 anos, eu nunca recebi queixa de ninguém. Nunca alguém disse que foi mal atendido. Se tu for perguntar para qualquer contador, eles dizem que sentem falta de vir aqui. O que me motiva muito é essa mudança de leis, de ter de estar sempre aprendendo, não parar no tempo. Essa é uma parte boa, está todo dia com novidades, e é esse um dos motivos dos contadores virem bastante, para torar dúvidas do que mudou, é uma coisa que cativa a gente.
O que te motiva a continuar este trabalho depois de 30 anos?
Eu amo o que eu faço. Já estou aposentada faz 5 anos, mas como eu não me vejo em casa, enquanto minha cabeça e minhas pernas me ajudarem, vou trabalhar. Não penso em parar, até porque não vejo motivos. Eu tenho dois filhos que moram fora, então, vou fazer o que em casa? Enquanto a prefeitura me deixar e enquanto a minha cabeça me ajudar, eu vou trabalhar.
MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora.inf.br