Pessoas acamadas de diversos bairros de Lajeado sofrem com a falta de fraldas geriátricas distribuídas pelo governo estadual. A partir de uma mudança no sistema de repasse do Estado, o município tenta de adaptar para conseguir pagar pelo material, cujo valor só é ressarcido depois de três meses da entrega. Moradores ficam no aguardo.
Um delas é Márcia Freitas, 43 anos. Faz cerca de dois anos que a moradora do bairro Santo André precisa das fraldas geriátricas depois de passar por um transplante devido a problemas renais. Com o período em que passou na recuperação, os músculos de suas pernas atrofiaram e ela não consegue andar ser antes fazer fisioterapia.
“No ano passado iniciei o processo por meio da saúde pública, mas me deram alta antes de terminar, Eu tinha começado a caminhar, e agora retrocedeu tudo”, conta Márcia.
Conseguindo se virar sozinha mesmo quando o marido sai para o trabalho, ela não tem condições de comprar as fraldas de que precisa. “Faz algum tempo que não estamos recebendo nada do governo”, lamenta a moradora.
Antes ela atuava como professora, mas quando foi aposentada por invalidez, estava trabalhando como atendente, por isso recebe a aposentadoria de um salário mínimo por mês.
Outros moradores também se encontram nesta situação e encaminharam toda a documentação necessária para continuar recebendo as fraldas. Mas até agora não tiveram resposta. “Isso seria a cargo do governo estadual, mas como ele não está fornecendo, o certo seria o governo de Lajeado fornecer, e também não está acontecendo”, lamenta Márcia.
Para tentar ajudar os moradores que precisam das fraldas, o líder comunitário Vavá realiza algumas ações de arrecadação. “Uma das pessoas para quem doamos estava usando sacolinhas plásticas e toalha de banho como fraldas, porque não tinha como comprar, as fraldas geriátricas têm um valor mais alto”, conta. Por isso ressalta a responsabilidade do município para resolver a situação.
Nota do governo municipal
Segundo a administração municipal, as fraldas são pagas pelo governo estadual que esta com repasses atrasados para a saúde desde o ano passado. Além disso houve uma mudança do sistema. Anteriormente, o Estado pagava as fraldas quando o município fazia a solicitação. Agora os municípios têm que fazer o pagamento e o Estado só repassa o valor depois de três meses da entrega do material.
A informação da administração é de que o departamento de saúde está se adequando para regularizar o fornecimento das fraldas. Os pedidos já foram encaminhados e o material devem estar disponívei nos próximos dias. Atualmente, cerca de 150 adultos são atendidos com fraldas no município. Não há falta de fraldas infantis.
BIBIANA FALEIRO – bibiana@jornalahora.inf.br
