Mostra a tua força

Comportamento

Mostra a tua força

Cada vez mais empoderadas, mulheres descobrem no rugby um novo hobby que usa força e inteligência

Mostra a tua força

Concentração, raciocínio, força, agilidade e, claro, muito treino. Quando se fala em rugby feminino poucos imaginam que antes dos músculos e do contato físico, existe o treino da mente para a execução de elaboradas estratégias de jogo. No Vale do Taquari, a modalidade feminina ganha força e mostra, através das mulheres do Centauros Rugby Clube, que antes de qualquer estereótipo o que se destaca no time é a garra e a inteligência.
Tradicional em países como a Nova Zelândia, Austrália, Inglaterra e África do Sul, o esporte ganha cada vez mais adeptos por todo o mundo. No Brasil, um levantamento feito pela Confederação Brasileira de Rúgbi constatou que em 2010 existiam pelo menos 30 mil praticantes da modalidade no país. Dados de 2018 mostram que o número dobrou, somando 60 mil atletas.

Destes, 11 mil são federados à CBRu.

Intenso e permeado de emoções – tanto para quem joga quanto para quem assiste – a velocidade do jogo feminino e o alto nível da dinâmica em campo tem conquistado cada vez mais pessoas. O time local, que iniciou tímido em 2012, hoje participa de campeonatos estaduais e de alguma etapas do Campeonato Brasileiro de Rugby.
Atleta do time desde o início, a subcapitã do time, Jéssica Cristina Horn, 28, conta que o trabalho do grupo feminino começou com a vontade de treinar que nascia nas namoradas e amigas da equipe masculina ao assistirem os treinos e jogos. “Assistir não era mais suficiente, tínhamos vontade de jogar. E já que estávamos todas reunidas lá mesmo, por que não tentar, né?”.
Você_07
E foi assim que a equipe feminina se formou. Em uma modalidade diferente das dos homens, a mulherada do Centauros joga o rugby seven, no qual os jogos são constituídos de dois tempos de sete minutos. Já no masculino, as partidas são de dois tempos de quarenta minutos. “Essa diferença faz com que, entre outras coisas, o jogo feminino seja mais dinâmico e de velocidade.
Exige raciocínio rápido e muita resistência física”, explica Jéssica.
Mas engana-se quem pensa que os campeonatos femininos são mais leves. Em cada etapa, elas jogam de três a quatro jogos por dia. E os treinos? Por que não juntarem-se aos garotos para testar força e resistência? Foi o que aconteceu no último sábado, 24, nos treinos das duas modalidades. Todos juntos, sem distinção.

“Atletas novas começam aos poucos”

E se alguma mulher tiver medo de participar dos treinos, a capitã do time, Diovana Harth, 28, já deixa claro: começa-se do zero, com treinos leves. “Aumentamos progressivamente a intensidade dos treinos conforme a nova atleta se desenvolve.
Temos plena ciência de que uma novata não pode sair jogando com atletas experientes sem preparo técnico. Temos muito cuidado com isso”, salienta.
Cheio de regras, a treinadora do time Caren Castilho, 38, esclarece que grande parte do regulamento do rugby é feito para proteger a integridade física dos atletas. Formada em educação física, licenciada como árbitro de rugby e com um histórico de quase vinte anos no esporte, ela explica que o esporte, apesar de ter muito contato físico, pouco ou nada machuca os jogadores.
“Quando o jogo de corpo é necessário, o atleta não pode entrar no embate de qualquer jeito. Existem técnicas específicas para essas jogadas e, se não houver responsabilidade, o jogador é automaticamente expulso. O jogo tem que ser limpo”, friza.
Natural de São Paulo, Caren conta que conheceu o marido em Florianópolis em 2007, em uma etapa do brasileiro rubgy. “Lá nos conhecemos e a nossa história começou. De lá para cá, me mudei para Porto Alegre e depois para Lajeado, sempre envolvida com o esporte. Do rugby nasceu uma família”.
E por falar em família, é unânime o discurso das atletas: o rugby transforma as atletas em amigas e, muitas vezes em uma família do coração. “Acabamos convivendo muito, uma ajudando a outra e sempre juntas na motivação. Aqui nos sentimos em casa, como família”, conta a capitã, Diovana.
 

Acompanhe
nossas
redes sociais