Convivendo com o Parkinson

Saúde

Convivendo com o Parkinson

Grupo voluntário da Univates atende pacientes e realiza oficina de reabilitação da doença

Convivendo com o Parkinson

A doença de Parkinson pode afetar a vida dos seus portadores de diversas formas, seja na redução da habilidade de executar tarefas corriqueiras, interferência na autoestima e até mesmo isolamento social. Muito conhecido porém pouco debatido, o Parkinson ganhou novos holofotes com um trabalho de conclusão de curso da Univates, que acabou se tornando um projeto de acolhida, reabilitação e promoção da autoestima aos afetados.
Com caráter multidisciplinar e totalmente voluntário, o projeto de apoio às pessoas com Parkinson foi criado no início deste ano e abriu os conhecimentos dos acadêmicos e professores à serviço da comunidade. Coordenado pela professora fisioterapeuta Marilucia Vieira dos Santos, o projeto ocorre na Clínica-Escola de Fisioterapia da Univates, às sextas-feiras à tarde, e conta com uma equipe de nove alunos, uma professora, doze pacientes e nove cuidadores.
Comumente conhecida pelos tremores causados nas mãos, a doença pode ter sintomas menos óbvios mas que igualmente causam impacto na vida dos portadores. De acordo Marilucia o projeto traz benefícios a todas os envolvidos. “Enquanto os alunos ganham experiência, os pacientes minimizam os impactos do Parkinson com muita diversão”, afirma.

Ganho duplo

Para uma das voluntárias, Nayara Scherer, esse espaço é propício para que aprendam como profissionais a melhor abordagem a cada paciente, adaptando os exercícios à necessidade de cada um. “O contato humanizado e próximo nos faz aprender que cada paciente precisa de um atendimento único, envolvendo empatia e respeitando os limites de cada pessoa”, enfatiza.
Já para Vitor José Petry, 61, que convive com o Parkinson há três anos, o grupo é uma maneira de sair de casa, aprender coisas novas e se divertir. “Eu tomo meus medicamentos, caminho todos os dias, faço fisioterapia e brinco com meu neto. Este grupo é mais uma maneira de aprender e conviver com mais leveza com a minha doença”, declara.
Sempre na companhia do marido Walter, 81, Lucy Lima Silva, 79, conta que o grupo anima bastante a rotina do casal. “Um incentiva o outro. Logo que descobrimos o princípio da doença no meu marido já partimos para tratamentos e prevenção e ele tem melhorado bastante. Esse grupo anima a nossa semana”, comemora.

O Parkinson

De acordo com a professora Marilucia, o Parkinson é uma doença de causa neurológica, crônica e progressiva. “Ela é reflexo da degeneração de células específicas do cérebro, responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que, entre outras funções, controla os movimentos do corpo”, explica. Atualmente, 200 mil pessoas são afetadas pela doença no país.
A causa do desgaste das células ainda é desconhecida, contudo provoca alterações funcionais em estruturas localizadas profundamente no cérebro que estão envolvidas com o controle dos movimentos, aparecendo tremores, rigidez, movimentos lentos e alteração do equilíbrio. “Essas disfunções aparecem ao caminhar, se equilibrar, engolir, escrever e até para falar”, explica.
Atualmente o grupo da Clínica-escola já está com todas as vagas para pacientes preenchidas. Ainda há vagas para participação de mais estudantes dos cursos de Nutrição, Farmácia e Psicologia. Os encontros ocorrem nas sextas-feiras, das 14h às 16h, durante o semestre letivo.

Acompanhe
nossas
redes sociais