Universitário
O Grupo A Hora inaugura o projeto Redação nas Ruas. Periodicamente, a equipe de jornalismo percorrerá bairros de Lajeado e outras cidades do Vale, com intuito de se aproximar das populações locais, identificar demandas e coletar sugestões de reportagens. A primeira atividade ocorreu no último sábado, 24, no bairro Universitário.
Mais de 15 profissionais caminharam pelas ruas, visitaram assinantes e leitores do A Hora. Para o diretor de Conteúdo do grupo, Fernando Weiss, a ação traduz o comprometimento da instituição em dar vez e voz aos cidadãos.
O jornalismo comunitário é uma das principais características do A Hora. “Nosso propósito é ser agente de transformação regional. Para isso, é fundamental aprofundar relacionamentos, levar novas experiências ao nosso público, mas principalmente, ouvir as pessoas. O jornalismo fica muito melhor quando alimentado por este corpo a corpo”, sintetiza.
Pavimentação da rua Caxias do Sul

Moradores divergem sobre modelo de pavimentação
Uma das rua não asfaltadas do bairro gera impasse na comunidade. Entre comércios e moradores, mesmo que a pavimentação seja um desejo de todos, a vizinhança não chega a um acordo sobre o modo de fazê-la. O ideal seria a pavimentação comunitária, em que o governo municipal prepara o solo para a obra e faz a finalização da mesma. Mas como a rua não tem previsão para receber o programa, comerciantes sugerem contratar o serviço com recursos próprios.
Luis Fernando Kalkmann possui uma mecânica de automóveis na rua e jà perdeu clientes pelo estado da via. “Em dias de chuva fica muito mais sujo, além dos buracos. Precisamos de uma solução urgente. Alguns clientes deixaram de vir pela sujeira”, lamenta.
Mas se por um lado donos de comércios aceitam a pavimentação de forma privada, alguns moradores alegam não ter condições para pagar pelo serviço. “Gostaríamos que o governo fizesse porque teríamos algum desconto e poderíamos pagar em parcelas menores”, explica Gasparina Campos. Ela ainda ressalta que parte da via já foi asfaltada, mas que ainda faltam cerca de 200 metros.
Avenida mais larga
“A poeira aqui é horrível. Eu limpo a casa em um dia e no outro ela já está suja de novo”, reclama a moradora.
Com o aumento de moradores em residências localizadas na avenida Senador Alberto Pasqualini, o movimento de automóveis cresceu e com isso veio o pedido para o alargamento da via. “Essa é uma demanda que deveria ser resolvida pra ontem. A avenida não suporta mais o trânsito que tem”, comenta um dos moradores do bairro, Lotário Ewald. Ele mora em uma casa às margens da avenida e passa pela via todos os dias.
O principal problema se encontra a partir do cruzamento com a avenida Amazonas em direção ao município de Arroio de Meio, conforme explica o morador. O pedido pelo estudo de abertura da avenida já vem da gestão anterior do município, e já foi feito protocolo na administração. Ewald também conta que os vereadores do bairro foram informados sobre a situação, mas até agora os moradores não tiveram resposta sobre o pedido.
Bueiros entupidos
Um dos problemas recorrentes do bairro é o entupimento de bueiros, principalmente em frente às residências. O morador da Rua Sabiá Roni Diedrich relata que a situação ocorre já faz anos em frente à sua casa. Ele acredita que a situação perdura desde que a rua foi pavimentada. “Provavelmente deixaram restos do material utilizado na obra entupir os bueiros”, supõe.
Em dias de chuva, a água não é escoada e passa por cima da abertura. Além disso, as folhas e sujeiras trancam na passagem. Segundo o morador, a vizinhança já entrou em contato com o governo municipal e com vereadores que moram no bairro para tentar resolver o problema, mas não tiveram resultado. “Só fica na promessa. Já tentei abri-los, mas não consegui”, ressalta.
Outro morador que reclama da situação é José Antônio Gracioli, 72. Natural de Nova Bréscia, mora no município faz 30 anos. Segundo ele, a Rua Nossa Senhora de Lourdes, no bairro, também tem bueiros entupidos.
Falta de lixeiras públicas
A professora Claudete Corbellini costuma caminhar pelas ruas do bairro acompanhada de seu cachorro. Ela leva uma sacolinha plástica para recolher a sujeira que o animal produz, mas reclama por não ter onde descartar a sacola até chegar em casa. Na rua Reinoldo Alberto Hexsel, onde Claudete mora, também não há lixeiras públicas, apenas algumas privadas colocadas por moradores.
Nestes casos, quem não tem onde colocar o lixo em casa costuma deixas sacolas em frente às residências para o serviço de recolhimento público buscar. “O problema é deixar o lixo nas ruas, os cachorros acabam abrindo as sacolas e espalham o que tem dentro”, explica. A moradora conta que a vizinhança já vem pedindo a colocação de lixeiras e reclama da situação faz tempo.
Barulho em boate

População que mora no entorno de estabelecimento reclama da perturbação ao sossego durante a noite
Outro problema recorrente no bairro é a perturbação causada a moradores pelo movimento no entorno da boate One. Fábio Bernardon mora nas redondezas e reclama do barulho até altas horas durante os fins de semana. Segundo ele, já foi chamada a Brigada Militar e feito um abaixo-assinado para resolver a situação.
No ano passado, ele fez um protocolo com a denúncia. Bernardon também conta que o governo municipal pintou parte dos cordões da rua de amarelo para impedir o estacionamento, mas a pintura foi feita apenas de um lado. Mesmo assim, a situação continua importunando moradores. “Já fizemos de tudo e ninguém atende o nosso pedido”.
BIBIANA FALEIRO – bibiana@jornalahora.inf.br