A nomeação de ruas por parte dos vereadores de Lajeado é uma prática antiga e corriqueira. Para muitos, não há qualquer problema neste mecanismo. Para outros, esses projetos de leis servem como uma forma fácil de angariar votos durante o exercício do mandato. Diante desse impasse entre as diferentes teses, Mariela Portz (PSDB) anuncia a intenção de protocolar uma matéria para retirar esse dispositivo das mãos dos parlamentares. E a repercussão nos bastidores do plenário já é ruim.
Há certa razão nas críticas a este modelo de denominação de ruas. Vamos aos números. O “campeão” desta legislatura é o vereador Sérgio Rambo (PT), com 23 homenagens póstumas. Se multiplicarmos pelo número de familiares lisonjeados com tal distinção, podemos considerar alguns bons votos. Tudo isso em tese, claro. Afinal, nada garante que essas pessoas de fato votarão no autor do projeto.
O debate é complexo. No início deste ano, por exemplo, Ildo Salvi (REDE) tentou impor novas regras a este dispositivo tão utilizado pelos vereadores – foram 135 nomeações de ruas só nesta legislatura. Ele protocolou um PL sugerindo, entre outros detalhes, que “a denominação deverá ser autorizada pela associação de moradores do bairro”. Entretanto, a matéria não foi adiante.
A presidente da Casa, Neca Dalmoro (PDT), também apresentou sugestões. Entre essas, a apresentação, por parte das loteadoras, de uma lista de sugestões de nomes para os novos loteamentos, reservando 10% das vias para o Poder Legislativo denominar a bel prazer. O projeto acabou arquivado. Agora, Mariela tenta encerrar de vez com o assunto, embora ela mesma tenha assinado cinco matérias deste naipe. É uma polêmica a mais para os vereadores debaterem nos corredores do plenário.
Caumo e os ofícios
Entre os mais de 400 ofícios encaminhados pelo Legislativo ao Executivo de Lajeado – que geraram ameaças de improbidade por parte dos vereadores em função do acúmulo –, cerca de 60% são indicações e, sendo assim, não necessitariam necessariamente de retorno. Há outros pedidos de informações cujas respostas são facilmente encontradas no site do município. E como cada vereador possui dois assessores, tempo e material humano não faltam para tal. Ou seja, em alguns casos, é mais fácil buscar por conta.
Caumo e os ofícios II
Por outro lado, é obrigação do prefeito atender em tempo hábil os questionamentos pertinentes encaminhados pelos vereadores. E o principal: cuidar para não realizar tal tarefa de forma desleixada. E foi isso que transpareceu em uma das respostas encaminhadas ao vereador, Carlos Ranzi (MDB). O emedebista solicitou estudos para implantação de um redutor de velocidade. O Executivo respondeu que, por se tratar de via sem calçamento, tal medida seria inviável. Entretanto, a via em questão está pavimentada faz alguns anos.
Ambulantes e Azuizinhos II
Na coluna de ontem, falei da intenção do governo de Lajeado de utilizar os Agentes de Trânsito para controlar o comércio ilegal nas calçadas do município. De fato, a proposta avança. Segundo o Executivo, e diferentemente do que foi publicado ontem, há prerrogativa legal para estes funcionários também atuarem nesta fiscalização, não configurando, assim, qualquer “desvio de função”. Segundo o CTB, eles têm autoridade para fiscalizar ruas e calçadas. Hoje, são 37 “azuizinhos” .
Cargos no Estado
Além da presidente do PP de Teutônia, Mareli Vogel, outros políticos que apoiaram a candidatura de Eduardo Leite em 2016 ainda aguardam as prometidas nomeações junto ao governo do Estado. Entre eles estariam Nélio Vuaden (PSDB), de Roca Sales, e Marino Deves (PP) (foto), de Encantado. Deves pode ser indicado já nos próximos dias ao cargo de Coordenador da 16ª CRS, com sede em Lajeado.
Troca-troca
Candidato a Deputado Federal em 2016, e com base política em Teutônia, Ricardo Wagner, até então no PR, pode estar rumando para o PTB. Ele deve tentar novamente uma vaga ao congresso nacional, mas, segundo informações, não descartaria colocar seu nome à disposição da sigla para concorrer a prefeito em 2020.
Movimentações e tensões
O discurso de Elmar Schneider (PTB) na convenção municipal do MDB de Estrela gerou tensão entre os presentes. Em especial, com o Comandante César, nome preferido dos emedebistas para concorrer a prefeito em 2020. Segundo palavras de “Schneidinha”, é “momento de colher e não de plantar”. Falou da própria trajetória na política e suas conquistas, com olhares direcionados ao comandante. Em resposta, Cliver Fiegenbaum deixou claro: é hora de permanecer unido e não promover a divisão.
Agência de desenvolvimento
Nessa quarta-feira ocorreu o 3º Workshop sobre o ecossistema de inovação de Lajeado, organizado em conjunto entre o Pro_Move e a Fundação Certi. No encontro, foram oficializados os três eixos estruturantes deste movimento: Saúde, Alimentos e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) – com Tecnologia de Automação. Importante destacar que outras áreas também serão monitoradas e incentivadas. Durante os trabalhos de ontem, ficou evidente entre os participantes a importância de constituir a Agência de Desenvolvimento de Lajeado (Agil), e também de implantar a cultura de inovação e empreendedorismo nas bases escolares.
Avat x EGR
A AVAT entrou com processo contra a EGR, pedindo suspensão da cobrança e plano de investimentos. Juliano Heisler, ex-procurador jurídico em Lajeado, é o advogado da entidade para o caso. A Avat conta com apoio de 25 câmaras de vereadores. Porém, há queixas por parte de parlamentares de Encantado. Eles não teriam sido consultados sobre a referida ação.
Feira do Livro
A XXIX feira do Livro de Arroio do Meio será aberta neste sábado, às 14h, com solenidade oficial às 18h e show “Encontro de Instrumentistas Sons de Arroio do Meio”. Serão 120 músicos. A programação perdura até dia quatro de setembro, e as atrações e exposições ocorrem na Rua de Eventos e no Clube Esportivo.