Mais de 1,2 mil crianças aguardam vagas em creches

Educação Infantil

Mais de 1,2 mil crianças aguardam vagas em creches

Número representa somatório das cinco maiores cidades do Vale do Taquari. Principal gargalo está no berçário

Mais de 1,2 mil crianças aguardam vagas em creches

Nas cinco maiores cidades da região, a demanda por vagas em creches públicas ultrapassa 1,2 mil. Ainda assim, o índice de atendimento está entre os melhores do RS, com 86,4% das crianças de zero a cinco anos matriculadas.
Juntas, Encantado, Estrela, Lajeado, Arroio do Meio e Encantado tem 7.991 crianças atendidas na Educação Infantil. Somando o déficit de todas, equivale a 1.280.
A principal dificuldade, apontam gestores públicos, está em garantir vagas para o berçário. É o caso da comerciária Daisy Pappen. A filha dela, Valentina, está com 3 meses. Moradora do bairro Bom Pastor, em Lajeado, encaminhou a inscrição para a escola do Moinhos D’Água. “Olhei na lista, tem 60 crianças na frente dela.”
Diante disso, acreditar ser difícil conseguir a vaga ainda neste ano. “Vamos ter que contratar uma cuidadora.” Essa medida, afirma, vai impactar sobre o orçamento familiar. “O salário vai ser, praticamente, só para isso. Pois tem que pagar alimentação, o salário dessa pessoa e às vezes até o deslocamento.” A esperança dela e do marido, Diogo Waick, é conseguir a vaga na escolinha no início de 2020.
Para conseguir reduzir essa demanda, o governo de Lajeado aposta na construção de novas creches. Duas estão em obras, no bairro Bom Pastor e também para atender moradores entre o Santo Antônio e o Jardim do Cedro. A estimativa é criar 460 vagas com essas novas escolas.

Três estratégias

Uma das promessas de campanha do prefeito Marcelo Caumo era zerar o déficit na Educação Infantil. “Definimos três ações prioritárias. Construir escolas, comprar matrículas na rede privada e estabelecer parcerias para abrir creches comunitárias. Tudo isso está sendo feito.”
De acordo com ele, o total de 562 crianças na lista de espera será reduzido no início do próximo ano letivo. “Estamos no período mais crítico. No fim do ano, não há como fazer adaptações. No início do próximo ano letivo, esse número vai reduzir bastante”, garante.
Na opinião dele, é preciso discutir algumas normas do país. A principal se trata da contribuição por famílias com maior poder aquisitivo. “Se fôessemos seguir o decreto sobre a renda e limitado o período de matrículas, teríamos zerado a lista. Por outro lado, causaria muitos problemas na comunidade. Quanto mais vagas abrimos, mais pessoas buscam inscrever os filhos.”
Para evitar discrepâncias, Caumo defende uma revisão nas normas da gratuidade. “Se tivesse outro modelo no Brasil, de estabelecer um escalonamento com a renda da família, seria muito mais produtivo e estaríamos atendendo muito mais pessoas.”

Diagnóstico pelo Vale

Arroio do Meio

O modelo de atendimento é diferente. Há uma cobrança mensal, de uma taxa de R$ 200 e o serviço é mantido por escolas comunitárias. Esse sistema é investigado pelo Ministério Público. O procedimento foi aberto no fim de julho.
Até agora, segue em funcionamento. São atendidas 659 crianças. O último levantamento do déficit de vagas data de maio, e aponta que havia uma espera de 48 crianças. O índice de atendimento alcança 93,3%.
São nove escolas comunitárias, que atendem alunos de 4 meses até 3 anos. Há também 13 instituições municipais, à faixa etária de 4 e 5 anos. Quanto ao quadro funcional, a rede comunitária tem 144 profissionais e a rede pública conta com 30 professores e mais 12 monitores.

Encantado

São dez escolas de Educação Infantil que atendem 833 alunos de zero a 5 anos. O déficit de vagas está em 100 matrículas. Entre o número de crianças nas creches e a necessidade, a administração atende 89,3% da demanda. Conforme a secretária de Educação, Greicy Weschenfelder, o maior desafio é para o berçário. A maior parte desses pedidos, diz, se tratam de imigrantes haitianos.

Estrela

A cidade tem 1.570 alunos matriculados. São 394 no berçário, 505 no maternal e 671 no Jardim. A lista de espera tem 270 crianças, de zero a 4 anos. O índice de atendimento do município é de 85,4%
A rede municipal tem 11 escolas de Educação Infantil e seis escolas de Ensino Fundamental que também atende alguma etapa para alunos de até 5 anos. São 122 professores e 200 monitores ou auxiliares de creche.

Lajeado

A maior cidade da região contabiliza um déficit de 562 vagas. Por outro lado, atende 3.358 crianças. Deste total, foram compradas 63 matrículas na rede privada. O índice de atendimento na cidade é de 86% da demanda. A cidade tem 23 escolas de Educação Infantil.

Teutônia

O município tem 1.571 alunos matriculados e uma lista de espera com 300 nomes. Conforme o governo, 46% dessa necessidade é de moradores do Bairro Canabarro.
A rede tem três escolas municipais e nove comunitárias, das quais a administração compra mil vagas. Entre o ofertado e a necessidade para zerar o déficit, o município atende 84% da demanda.
Essa compra foi feita por meio de um chamamento público. Como estratégia para reduzir a lista de espera, diz o subsecretário Carlos Evandro Schneider, há dois projetos para construção de novas creches em análise no Ministério da Educação. Também estão em conclusão duas escolas prestes a serem inauguradas.
 

FILIPE FALEIRO – filipe@jornalahora.inf.br

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