Nos últimos anos, Lajeado desponta como um local propício para o surgimento e desenvolvimento das startups, que buscam a inovação desenvolvendo modelos de negócio que geram valor para seus clientes. Por ter esse potencial empreendedor, o município entrou no mapa da Associação Brasileira de Startups.
A entidade contatou empresários locais para fazer o mapeamento do cenário de startups no município. Ao todo, são 60 cidades do país, de diversos estados, que serão contempladas com este trabalho.
“Estamos aguardando orientações da associação para verificar qual o próximo passo. Formamos um grupo com representantes de startups de Lajeado e voluntários que se interessam em participar”, comenta o empreendedor Eduardo Pittol.
Conforme ele, deve ser feito um raio-x para verificar o quanto o ecossistema da inovação no município está maduro. “A partir disso, existem alguns pontos que eles enxergam como os pilares do ecossistema e dão uma nota para isso”, sintetiza Pittol.
A inclusão de Lajeado no mapeamento é avaliada de maneira positiva pela diretora de Inovação e Sustentabilidade do Tecnovates, Simone Stülp. “Sem dúvidas, é muito bom. O que discutimos nos nossos fóruns é que precisamos nos conhecer, ter nossos dados e, a partir disso, buscar estratégias de crescimento”, avalia.
Pontapé inicial
Idealizada por três engenheiros eletricistas, a Allogica Disk está incubada desde 2018 na Incubadora Tecnológica da Univates (Inovates), após ficar um ano pré-incubada. Focada na integração de hardware e software, a startup vai lançar no mercado uma nuvem privada, voltado para empresas.
“Temos muitas pessoas que já demonstraram interesse em comprá-lo. É tipo um HD externo, só que acessado pela internet ou pela rede local”, explica um dos sócios da Allogica, Rogiel Josias Sulzbach, 28. Ele abriu a startup junto com os amigos Gustavo dos Anjos e Carlos Reverbel.
Com o auxílio da Inovates, o trio projeta seguir trabalhando com o mesmo produto, incrementando-o ou desenvolvendo novas versões. “Eles nos ajudam muito na parte de marketing, de mercado e do jurídico, onde não temos muito conhecimento”, lembra Sulzbach.
Embora o cenário seja animador, pontua que a burocracia do país ainda trava o setor de inovação. “Em relação a outras áreas, é difícil de dar o pontapé inicial a uma startup”.
“Queremos chegar no mercado mundial”
Também incubada na Tecnovates, a Meu Psiquiatra surgiu com o propósito de facilitar o trabalho de médicos e consultórios, por meio de um aplicativo que organiza informações como cadastro de pacientes e agendamento. Mas a startup sonha alto e está planejando um projeto mais ambicioso, nas palavras do psiquiatra Rafael Moreno.
“Devemos lançar uma espécie de rede neural que simula o cérebro de um psiquiatra através do uso da inteligência artificial. A ideia é que o paciente insira algumas informações sobre ele e o aplicativo faz um questionário. Em cima destes dados, o sistema faz o diagnóstico e aponta qual o melhor tratamento para aquele cliente”, explica o psiquiatra.
O negócio é gerenciado pela esposa Mônica Lucca de Araujo, enquanto Moreno atua como um consultor. “Pensamos grande. Queremos chegar no mercado mundial. Inovar e empreender é isso aí”, salienta.
MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br