Para controlar  as chamas

Editorial

Para controlar as chamas

A crise instaurada em torno das queimadas que avançam pela Amazônia é de extrema gravidade. O assunto tomou proporções globais e virou destaque no noticiário internacional, muito em função da forma equivocada como o Palácio do Planalto conduziu a situação.…

A crise instaurada em torno das queimadas que avançam pela Amazônia é de extrema gravidade. O assunto tomou proporções globais e virou destaque no noticiário internacional, muito em função da forma equivocada como o Palácio do Planalto conduziu a situação.
Entre mal-estares e indisposições com líderes de outros países, o governo errou ao negligenciar as informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De janeiro a agosto, os focos de incêndio teriam crescido mais de 80% em relação aos anos anteriores. Reforçou os argumentos dos oposicionistas de falta de política ambiental e provocou uma polêmica sem precedentes, levantando suspeitas infundadas para se eximir da responsabilidade das chamas.
Mesmo que os problemas na floresta amazônica sejam antigos, e não exclusivos da atual gestão do Palácio do Planalto, preocupa a forma como o governo está tratando o tema. Protestos se espalham pelo país e pelo mundo, e o desgaste na imagem do chefe do Executivo nacional cresce de forma considerável, o que é perigoso para um país com tantos desafios a resolver, nas mais diversas áreas.
O tema chegou à cúpula do G7, que reúne as maiores potências econômicas do planeta. O grupo sinalizou ontem com a possibilidade de destinar R$ 91 milhões para ajudar a controlar as chamas por meio de aeronaves e equipamentos. O presidente da República, porém, questionou as intenções das outras nações em relação território brasileiro.
Além dos impactos ambientais da devastação da floresta e da poluição causada pela fumaça dos incêndios, os efeitos econômicos dessa crise também seriam desastrosos para o Brasil. Grande negócio brasileiro, o setor primário está receoso quanto ao estremecimento das relações com mercados consumidores.
Uma ampla investigação é necessária para constatar as causas do desmatamento galopante em um dos territórios mais estratégicos para garantir as condições de vida do ser humano na Terra. E medidas energéticas precisam ser colocadas em prática para enfrentar as atividades irregulares e históricas em torno da exploração de recursos naturais.
Em vez de problemas diplomáticos, a população brasileira espera estratégias sérias para proteger o seu principal patrimônio ambiental.

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