Chegou a hora da verdade para o Grêmio na Copa Libertadores. Depois de perder a partida de ida para o Palmeiras por 1 a 0 na Arena, o Tricolor precisa reverter o placar fora de casa, no Estádio Pacaembu. As equipes entram em campo às 21h30min.
A missão não é fácil, mas é possível. Para avançar de fase, o Grêmio precisa vencer. Vitória por 1 a 0 leva a partida para os pênaltis e qualquer vitória por dois gols de saldo classifica o Grêmio. Como o regulamento da Libertadores prevê saldo qualificado, qualquer vitória por um gol de diferença, com as duas equipes marcando, classifica o Tricolor. Para o Palmeiras, qualquer empate ou vitória serve.
Ao entrar em campo, o Grêmio tentará também quebrar um tabu que já dura mais de dez anos. Nesta década, a equipe ainda não venceu o Palmeiras em São Paulo. Já são dez partidas desde a última vitória, em 2008.
Para seguir adiante na sonho do tetra, Renato Portaluppi deve escalar o mesmo time que iniciou a partida de ida. inclusive com a presença do lateral-esquerdo Bruno Cortez, que se recuperou de dores no quadril.
“Acredito porque é o Grêmio”
O sentimento do torcedor é de acreditar até o fim. É isso que motiva o administrador de empresas Daniel Oberdan Mathias, 41, a ir até São Paulo apoiar o Tricolor. “Acredito porque é o Grêmio, simples assim. Quem conhece a história do Grêmio sabe disso.”
Natural de Arroio do Meio, é figura frequente nas partidas do Tricolor fora de casa. Até já perdeu a conta de quantas partidas acompanhou. A primeira foi simbólica, a final da Libertadores de 2007, contra o Boca Juniors, na Bombonera. Em 2017, no ano do tri, esteve no Rio de Janeiro contra o Botafogo, em Guayaquil contra o Barcelona e na final, contra o Lanús. A última aventura fora de Porto Alegre foi no mês passado, em Assunção, contra o Libertad.
Oberdan sai de Porto Alegre hoje às 13h, e retorna amanhã às 5h. “Nada é melhor do que assistir um jogo do Grêmio fora de casa. Ser minoria em um estádio é um sentimento único”, comenta o torcedor, que irá sozinho para a partida. “Vou sozinho de avião, nem hotel peguei. É um bate e volta pelo Grêmio.”
Trajetória faz sonhar
De início irregular, a trajetória na Libertadores dá indícios de que o Grêmio pode buscar a virada contra o Palmeiras. São 9 jogos na atual edição da competição. Destes, em cinco oportunidades o Grêmio fez um placar que classificaria a equipe na noite de hoje.
Na primeira fase, vitórias por 3 a 1 sobre o Rosário, 2 a 0 no Libertad e 2 a 0 contra a Universidad Católica. Nas oitavas de final, duas vitórias contundentes contra o Libertad: 2 a 0 na Arena, e 3 a 0 no Paraguai.
Motivos para acreditar
A trajetória de glórias tricolores dá à torcida motivos para acreditar na classificação. No histórico de títulos de Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores, o Grêmio reverteu desvantagens em quatro oportunidades.
A primeira delas foi em 1981, ano que a equipe venceu o seu primeiro título brasileiro. Nas oitavas de final, perdeu o primeiro jogo para o Vitória por 2 a 1, e venceu o segundo por 2 a 0. A segunda vez foi, talvez, a mais especial. No Brasileirão de 1996, o Tricolor perdeu o primeiro jogo da final por 2 a 0 para a Portuguesa. Na partida de volta, em um Estádio Olímpico lotado, devolveu o mesmo placar e foi campeão no critério de desempate.
O título da Copa do Brasil de 2001 foi possível graças a duas viradas. Logo na primeira fase, o Tricolor precisou reverter uma derrota de 3 a 2 para o Vila Nova, que foi possível graças aos 4 a 1 na volta. Na segunda fase, nova desvantagem no jogo de ida. 1 a 0 para o Santa Cruz. Na volta, vitória do Grêmio por 3 a 1 e caminho aberto rumo ao quarto título na competição.