Apresentado durante a Expoagas, em Porto Alegre, o Leite Origem, da Cooperativa Languiru de Teutônia, possibilita ao consumidor acompanhar o produto, por meio de QR Code, desde as propriedades até os pontos de venda.
Entre seus diferenciais estão a produção e envase em até 24 horas e a ausência de estabilizantes (sais que evitam a precipitação da proteína do leite). A matéria-prima é produzida em cinco propriedades selecionadas de associados e certificadas pelo programa de Boas Práticas na Fazenda (BPF).
Conforme o presidente Dirceu Bayer, o leite é oriundo de padrões mais rígidos de manejo e qualidade do leite. “Com isso mantemos as características como pureza, frescor e sabor”, afirma.
Com produção inicial de apenas entre 12 mil a 15 mil/dia, o primeiro lote será comercializado por apenas uma grande rede de supermercados do Estado. A cooperativa poderá processar até 250 mil litros do Origem, o que ainda deve exigir mais R$ 1,5 milhão em investimentos.
A Languiru já tem cerca de 1,5 mil produtores que podem produzir esse leite de maior qualidade ao trabalharem dentro das regras de certificação da cooperativa, atendendo a uma série de normas de produção e manejo. As regras permitem, inclusive, exportar para mercados exigentes como o europeu.
Sucessão e preço melhor
A propriedade de Auri Eidelwein, 61, em Linha Águas Boas, de Bom Retiro do Sul, é uma das cinco primeiras a fornecer a matéria-prima para o Leite Origem. Inclusive, o trabalho de sucessão já gera frutos, com o envolvimento do filho Marcos Henrique Eidelwein, 35, e da nora Magda Beatriz Ribeiro, 37.
Para a família, o processo eleva a função do “tirador de leite” para o produtor de leite profissional. “Hoje produzimos cerca de quatro mil litros ao dia, uma evolução que ocorreu muito rapidamente”, comenta.
Com 130 vacas em lactação, os investimentos em genética, infraestrutura e conforto animal, além do incremento do rebanho e ferramentas de controle, possibilitaram aumento nos lucros. “Com o ganho de qualidade do leite, também passamos a ser melhor remunerados pela cooperativa. Caprichamos ao máximo para que o produto que sai da nossa propriedade seja diferenciado”, conclui Auri.
Robôs na ordenha
A família Brackmann, de Linha Clara, interior de Teutônia, também foi selecionada para fornecer a matéria-prima. A granja registra aumento de quase 300% na produção desde 2012. Saltou de 1,2 mil litros para 4 mil ao dia.
Para solucionar a falta de mão de obra e ampliar a oferta, investiram R$ 1,2 milhão no sistema de ordenha robotizada. Segundo Moacir, as novas tecnologias e investimento em genética possibilitaram o aumento na produtividade média por vaca, cerca de 35 litros por animal, ao dia. “Com o sistema, além de ter mais tempo para nos dedicar a outras tarefas, houve ganho em bem-estar, sanidade e melhor remuneração”, diz.
A profissionalização é o segredo para se manter na atividade e atender as exigências do mercado. Aliado a isso, a mecanização reduz o trabalho braçal, motiva os filhos a continuar, acredita.