Multiplicadores da paz

Editorial

Multiplicadores da paz

À medida que avança, o Pacto Lajeado pela Paz se revela uma estratégia promissora na área de segurança pública. Em evento ontem no auditório do Ceat, foram formados mais de 100 agentes multiplicadores do projeto que, num trabalho em rede,…

À medida que avança, o Pacto Lajeado pela Paz se revela uma estratégia promissora na área de segurança pública. Em evento ontem no auditório do Ceat, foram formados mais de 100 agentes multiplicadores do projeto que, num trabalho em rede, buscarão reduzir os índices de violência por meio da educação e da prevenção.
Trata-se de uma quebra de paradigma na política de enfrentamento à criminalidade. É preciso reconhecer que a estratégia convencional restrita ao combate armado é insuficiente para vencer a guerra contra o crime. Mais policiais, investimentos em inteligência, equipamentos, câmeras, são fundamentais, mas voltam-se apenas para as consequências do crime, e não para as causas.
Em uma metáfora simplória, o pacto se apresenta como uma espécie de vacina, diante do esgotamento dos remédios que apenas amenizam os sintomas, mas não promovem a cura.
Presídios superlotados e funcionando como verdadeiras escolas do crime, o tráfico de drogas recrutando centenas de jovens por dia, facções cada vez mais ousadas e sofisticadas compõem um cenário flagrante do fracasso das políticas tradicionais de segurança.
É preciso inovar, tentar o diferente, e o pacto é justamente uma tentativa inovadora de controlar os índices locais de violência por meio de ações que atacam o crime em sua concepção, em suas origens.
Voltar as atenções para os lares, a estrutura das famílias e os vínculos afetivos dos menores de hoje é o caminho para garantir adultos conscientes e responsáveis no futuro. Antes de reprimir e discriminar os jovens que crescem em ambientes conturbados, desprovidos de oportunidades, onde o crime se apresenta como uma atração tentadora, deve-se acolher essas pessoas e convencê-las de que o melhor caminho a ser seguido é o da cidadania.
Educação de qualidade, inclusão social, qualificação profissional, saúde, esporte, lazer. Melhorar as condições de segurança em qualquer localidade implica também em investir de forma considerável em outros setores com interface direta na construção de uma sociedade mais harmônica e, minimamente, pacífica.
O desafio é enorme. Somente por meio de uma verdadeira aliança entre os diversos atores sociais, tal qual se propõe o Pacto, será possível desenvolver uma cultura de paz à sociedade regional.

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