A instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na câmara de Lajeado não pega ninguém de surpresa. Trata-se de uma estratégia desenhada pela Oposição desde o início de julho passado, quando Sérgio Kniphoff (PT) trouxe ao plenário o processo do Ministério Público contra Carlos Kayser (PP), cujo objeto da ilegalidade já completou um ano e quatro meses. O delay entre o fato e a “investigação” por parte dos Legisladores é constrangedor. Nem por isso a CPI perde sua validade. Afinal, e diferentemente da Legislatura passada, nunca é demais averiguar supostas fraudes.
Como em qualquer parte do Brasil, as CPIs são mais utilizadas como manobra eleitoral do que efetivamente para cuidar do erário público. Há pouca coerência por parte dos legisladores na abertura desses inquéritos. Em junho de 2015, por exemplo, os vereadores chegaram a instaurar uma CPI – e depois voltaram atrás – para investigar as denúncias sobre o “Cartel do Lixo” envolvendo empresas de recolhimento de lixo e agentes públicos da prefeitura de Lajeado. Sérgio Rambo (PT) e Kniphoff foram contra e hoje estão a favor. Mozart Lopes (PP) assinou na época, e hoje é contra.
Por outro lado, é preciso citar quem mantém o mesmo “voto”. Em 2015, por exemplo, Carlos Ranzi (MDB) também assinou a abertura do inquérito, e Waldir Gisch (PP) e Ildo Salvi (REDE) se posicionaram contrários à abertura da CPI. Os três atuam da mesma forma diante do caso envolvendo Kayser. Mas, cada qual com seu propósito, claro. Ranzi já era Oposição ao governo PT, e Salvi, à época, ainda era filiado ao Partido dos Trabalhadores. Sendo assim, Gisch, que era Oposição e foi contra aquela comissão, é quem merece o devido destaque pela coerência.
Voltando a 2019, o fato é: Kayser admite a ilegalidade, mas não está livre de penalidades. Diante disso, chama atenção a inércia do Executivo. Mesmo após a ilicitude, o servidor segue prestigiado no governo – ocupa Função Gratificada. Essa proteção ao funcionário vai causar ranhuras na gestão do prefeito, acreditem. Mas o pior é a demora na compra dos talões eletrônicos para a lavratura dos Autos de Infração. Cá entre nós. Manter o sistema manual é um convite ao “erro”.
Sensação de segurança
A confirmação dos novos Policiais Militares traz uma sensação de segurança há muito não experimentada pela comunidade do Vale do Taquari. É pouco? Sim, é pouco diante de um déficit superior a 400 homens e mulheres da BM. Está aquém do ideal. Mas é preciso elogiar o trabalho realizado nos bastidores por líderes locais, principalmente na realização do curso de formação em Lajeado. Não fosse por isso, o contingente disponibilizado à região seria bem menor.
“Situação” e “Oposição”
O vereador do PP, Marino Deves, questiona pontos do leilão de bens inservíveis – veículos, máquinas e sucatas – em Encantado. Quais foram os critérios para avaliações dos bens? E quais foram os bens arrematados e seus respectivos valores? O mesmo vereador também reforça cobrança para conserto da pinguela na Linha São Roque, que liga a comunidade de Linha Santa Terezinha.
Podemos em Estrela
Um dos principais representantes do PTB pode estar rumando para outros ares. Fabiano Diehl está à frente de uma movimentação para estruturar o partido Podemos em Estrela. Segundo ele, a sigla pode receber três vereadores da atual Legislatura em 2020. “E inclusive ter candidato a prefeito”. Essa movimentação pode estar ligada à possível candidatura de Elmar Schneider (PTB).
Mozart fora da câmara?
Líder de Governo na Câmara de Lajeado, Mozart Lopes (PP) é suplente de vereador e, como tal, não tem posição assegurada no Legislativo. O Executivo se esforça para mantê-lo no plenário. Para tal, concedeu a Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp) para o vereador eleito, Fabiano Bergmann (PP), o “Medonho”. Entretanto, muitos apostam que, diante da abertura da CPI, Carlos Kayser – que também é suplente – assumirá a cadeira hoje ocupada por Lopes.
Aterro sanitário moderno
A Secretaria de Meio Ambiente (Sema) de Lajeado finaliza a licitação para a nova gestão do aterro sanitário. A ideia, já referida na coluna, é implantar um moderno sistema para gerar e até vender energia. O edital será finalizado nos próximos dias, garante o Secretário da Sema, Luís Benoitt (PSDB). Sobre o tucano – cotado para concorrer a vereador em 2020 –, ele vem travando seguidos embates com o assessor de Paulo Tóri (PPL), Jean Todeschini Tasca. Nas reuniões das comissões da Câmara, ambos dominam o assunto “meio ambiente”. Só não convidem ambos para um mesmo churrasco!
O vice de Teutônia
Atenciosamente, o vice-prefeito de Teutônia, Valdir Oliveira do Amaral (PSD), entrou em contato para justificar a ausência dele no evento de lançamento da 3ª Teutofrangofest. Segundo ele, estava acometido de uma forte gripe e por isso resolveu ficar em casa no sábado de manhã. “Avisei o nosso prefeito com antecedência. Seguimos com a harmonia entre os gabinetes”, garante.