Volta e meia o assunto volta à tona. A instalação de um Porto Seco junto à área portuária de Estrela já foi debatida no início da década de 90. Dessa vez, com a iminente municipalização do porto fluvial, o tema volta a pautar alguns debates entre empresários e gestores públicos do Vale do Taquari. A ideia é ousada e requer altos investimentos. E se tornaria ainda mais custosa se for levada adiante a sugestão de criar um recinto alfandegário de uso público, explorado por entidade privada por meio de concessão ou permissão. Para uns, é inviável. Para outros, pode ser um grande avanço para a economia regional.
Essa é apenas mais uma das tantas concepções ventiladas para a melhor ocupação e exploração do Porto de Estrela. Mas vem tomando forma na medida em que empresários do setor logístico demonstram entusiasmo com tal possibilidade. A proposta é criar uma zona secundária (portos marítimos e aeroportos são as zonas primárias) para receber as mercadorias importadas e a serem exportadas, em regime comum ou especial, mas sempre em área delimitada pela Receita Federal.
Oferecer o serviço de armazenagem, movimentação e despacho e se valer do Depósito Alfandegado Certificado (DAC), por meio do qual é feita a exportação dos produtos, seriam as formas de garantir a sustentabilidade e o retorno financeiro para as operadoras do espaço. É fato que os portos secos tornam o comércio exterior muito mais viável para empresários, especialmente em função da economia e agilidade no escoamento dos negócios. No nosso caso, o entroncamento hidro-rodo-ferro-aeroviário é um fator predominante. Desde que receba altos investimentos em melhorias e ampliações.
Por outro lado, especialistas demonstram ceticismo. E esse “pessimismo” se justifica pelos altos custos. O cercamento eletrônico de toda a estrutura, a instalação de câmeras de vigilância 24 horas, o funcionamento de um posto da Receita Federal dentro da área e ainda a compra do maquinário necessário são investimentos que demandariam uma movimentação altíssima e constante de mercadorias. É um projeto ousado, reforço. No interior do Estado – afora as regiões da fronteira –, essas estruturas já existem em Novo Hamburgo, Caxias do Sul e Canoas. E nesses pontos é possível verificar bons e maus exemplos. Como quase tudo na vida.
Ciclovia intermunicipal
Membro do PTB regional, o estrelense Fabiano Diehl inicia abaixo-assinado na internet (www.peticaopublica.com) para apoiar a construção da ciclovia intermunicipal de 37 quilômetros entre Estrela, Colinas e Imigrante. O orçamento passa de R$ 6 milhões, conforme estudo já entregue pelos prefeitos ao Ministério das Cidades. E a provocação é justamente para não deixar esse custo só sob a responsabilidade do poder público. É preciso a participação da sociedade civil e da iniciativa privada. O empreendimento tem tudo para ser referência nacional e, assim sendo, elevará ainda mais a marca de quem participar.
Turismo no Porto
Ainda sobre o Porto, representantes da Amturvales devem propor ao prefeito de Estrela, Carlos Rafael Mallmann (MDB), a reserva de um espaço para turismo dentro da área portuária. A ideia é garantir um lugar para a movimentação de turistas, ônibus e veículos em geral próximos ao fim da linha do trem. Isso porque, futuramente, o já denominado Trem dos Vales deverá fazer o trajeto entre Estrela e Guaporé. Os representantes da associação sugerem um local para estacionamento e também para eventos ligados ao setor turístico. O assunto também será debatido com os tradicionais mentores da Multifeira e Cacis.
Iluminação artística
O prefeito de Muçum, Lourival de Seixas (MDB), esteve em Brasília na semana passada. Entre os pedidos, recursos para um projeto turístico de iluminação artística, com uso de tecnologia LED de alta performance e 32 cores diferentes, que seria instalado da Ponte Brochado da Rocha, até o Viaduto de entrada da cidade. Já no gabinete do Deputado Federal, Alceu Moreira (MDB), o gestor reforçou pedido de recursos para custeio dos serviços na Unidade de Saúde.
Vale do Transporte
A Univates confirmou a realização do 1º Curso de Formação para Condutores de Veículos Pesados, iniciativa idealizada pelos competentes empreendedores da associação Vale do Transporte. A novidade será realizada em três datas: 14 e 21 de setembro, 5 e 19 de outubro, e 9 de novembro. Todas as aulas ocorrem aos sábados, das 8h20min às 11h40min e das 13h30min às 16h50min. O valor é de R$ 600 por participante, com coffe break. Entre as temáticas, regras de segurança e a gestão operacional do trabalho. Hoje, o número estimado de motoristas nos vales do Taquari e Rio Pardo chega a cinco mil profissionais.
Prefeito x Câmara
A queixa sobre o acúmulo de requerimentos junto ao Executivo de Lajeado parece que surtiu efeito. Desde que o vereador, Carlos Ranzi (MDB), apresentou os números no plenário da câmara – eram mais de 400 pedidos dos vereadores sem respostas por parte do prefeito no início de julho –, o negócio começou a engrenar. Mais de 200 foram respondidos até agora. É um bom sinal. Atender os parlamentares é uma das obrigações da administração municipal. É isso que consta na lei. E foi isso que Marcelo Caumo (PP) prometeu naquele documento registrado em cartório durante a campanha de 2016.
Kayser e as Tilápias
O MP instaurou inquérito para investigar denúncia contra o governo de Lajeado por suposto crime ambiental. O caso é referente ao manejo sem a devida licença de peixes da lagoa do Parque dos Dick para o Rio Taquari. Segundo os denunciantes, e sob a ordem do servidor público e suplente de vereador, Carlos Kayser (PP), tilápias – espécie exótica – foram irregularmente levadas até o Taquari, conforme matéria da própria Assessoria de Imprensa da prefeitura. No documento do MP consta a defesa do município. Segundo o texto, as tilápias foram levadas para dois lagos artificiais, no bairro Olarias e no Parque do Engenho, e os peixes realocados para o Taquari eram de uma espécie nativa: o popular “Cascudo”.