A prisão de quatro pessoas na manhã de ontem, no interior de Venâncio Aires, trouxe à tona mais uma tentativa de resgate de integrantes de quadrilhas no Rio Grande do Sul especializadas em assaltos a banco. E também reforça a possibilidade da existência de um núcleo em Lajeado.
Do grupo detido, duas eram mulheres, companheiras de criminosos que atacaram a agência do Sicredi em Vale Verde, na última quinta-feira. Elas seriam profissionais da saúde e residiam em cidades do Vale do Taquari.
Segundo o comandante regional da Brigada Militar no Vale do Rio Pardo, coronel Valmir José dos Reis, com elas foi preso um homem, parente de um dos criminosos, e que também participaria do resgate. Os três irão responder por associação criminosa e formação de quadrilha. Com eles, foram apreendidos dois carros.
O quarto preso, um jovem de 20 anos, teria tido participação direta no assalto. Por isso, ele responderá por roubo a banco. Reis diz que o cerco aos criminosos continua. “Temos informações de que eles ainda permanecem lá”, resume.
Método rotineiro
Chama a atenção das autoridades mais um caso da utilização de familiares para o resgate de criminosos. Desde julho, é a terceira vez que isso ocorre no estado. Em dois, houve o envolvimento de pessoas do Vale do Taquari, enquanto uma das tentativas aconteceu em Paverama, há duas semanas.
Conforme o coronel Reis, as duas mulheres presas ontem carregavam materiais de primeiros socorros, indicando que um dos assaltantes esteja ferido. “Elas já estavam sendo monitoradas há mais tempo. Teriam ido ao local na sexta à noite e foram novamente nessa madrugada”, explica.
Núcleo em Lajeado
A ligação entre os casos de assaltos a banco dos últimos meses, conforme o comandante da BM do Vale do Rio Pardo, aponta para a existência de “núcleos” no RS. Um deles seria em Lajeado. “Há também gente de Porto Alegre, da zona sul do estado e de Santa Cruz do Sul”, comenta.
O delegado regional de Polícia do Vale do Taquari, José Romaci Reis, também entende que há um grupo atuante no município. “Em quase todos os assaltos a banco existe a participação de lajeadenses. E essas mulheres que vão buscar os assaltantes no mato, indiretamente, também estão participando”, avalia.
MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br
