Perigo real

Editorial

Perigo real

Os dois casos recentes de dengue contraída de forma autóctone em Teutônia deixam a região em alerta. Ao todo, conforme levantamento da Coordenadoria Regional da Saúde, são 20 cidades do Vale infestadas pelo mosquito transmissor da dengue, Chikungunya e Zika…

Os dois casos recentes de dengue contraída de forma autóctone em Teutônia deixam a região em alerta. Ao todo, conforme levantamento da Coordenadoria Regional da Saúde, são 20 cidades do Vale infestadas pelo mosquito transmissor da dengue, Chikungunya e Zika Virus.
A falta de cuidados da comunidade, aliada ao déficit de agentes municipais de endemias, expõe carências organizacionais da sociedade. Se em pleno inverno, a doença se prolifera no Vale, o que esperar do próximo verão?
Há cerca de dez anos, falar em dengue no RS era um tema despreocupante. No entanto, a falta de cuidados da população e a incompetência dos governos para barrar o avanço do mosquito vetor tornaram o perigo cada vez mais próximo.
O quadro é alarmante. Frente ao descuido com a prevenção, o Vale vive o risco de uma epidemia. Ainda que não sejam muitos os registros das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti nas cidades da região, a sua proliferação acontece de modo bastante rápido. Com dois casos autóctones já constatados, o perigo de uma epidemia é ainda maior.
É preciso um cuidado que vá além das campanhas de conscientização. O movimento tem de ser orgânico. Estar com as agentes de saúde. Estar no contato diário com a população. O assunto deve ser debatido de forma ampla e contínua.
Nos últimos anos, diversas cidades fizeram dias de combate ao mosquito. Servidores e até o Exército estiveram nos bairros para eliminar os focos das larvas dos pátios, casas e quintais.
O poder público, nas três esferas, precisa fazer mais. É urgente, por exemplo, criar mecanismos para identificar de forma mais ágil os locais onde há risco de transmissão e combater o mosquito em áreas tão específicas quanto possível.
A situação merece ainda maior atenção devido às reiteradas temporadas epidêmicas, que elevam a probabilidade de quadros graves da doença. Há razões para esperar uma escalada real nas infecções.
Cabe ressaltar, essa não é uma luta só dos poderes públicos. É uma responsabilidade de todos. Com mudanças meteorológicas acentuadas, não se tem definida as quatro estações. O frio não interfere mais na proliferação do mosquito.
Os cuidados são conhecidos. Evitar o acúmulo de água parada significa reduzir as chances de o inseto sobreviver. O alerta é nacional. Para o Vale, cabe ações conjuntas do poder público e a vigilância da comunidade.

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