Primeiro começamos julgando. Depois aprendemos a escutar e, na sequência, mantemos o hábito de julgar. Depois começamos a amadurecer e perceber que os julgamentos afastam as relações afetivas e começamos querer saber menos da vida dos outros.
Mas chega o dia em que a vida nos faz passar justamente por aquilo que um dia julgamos nos outros. Neste momento, saímos da esfera de pensamentos e entramos na esfera das experiências.
Experimentamos a dor, a angústia, a raiva, a tristeza, o medo. Percebemos que somos humanos e assim como os outros, podemos errar, nos arrepender, chorar, paralisar, reivindicar, provocar…
Depois de tantos anos atendendo pessoas, percebi que os dilemas contemporâneos são muito parecidos, e que o julgamento é apenas um processo imaturo de avaliação dos outros.
A verdade é que chega um momento que precisamos também parar de se preocupar com o que as pessoas possam estar pensando. Lógico que é necessário um certo cuidado e respeito social para cumprir minhas responsabilidades morais e criar uma imagem pessoal que nos satisfaçam. Mas podemos nos poupar de tantas explicações.
Os nossos amigos não precisam de tantas explicações.
Os nossos inimigos jamais acreditarão nelas.
E os julgadores jamais as entenderão.
Ficar preso no ato de julgar os outros, ou no medo de ser julgado é apenas sobreviver, perdendo assim a linda oportunidade de viver.
Lá na frente, as pessoas que julgamos terão seguido suas vidas independente daquilo que um dia pensamos delas.
Lá na frente, a nossa vida terá andado independente do que alguém um dia possa ter nos julgado.
No fundo, não são os julgadores que estarão felizes ou tristes, orgulhosos ou envergonhados, vencedores ou perdedores, e sim os próprios autores das jornadas da vida.
Viver mais leve é viver a própria vida. Cuidar da própria caminhada. É refletir o passado sem culpa , aproveitar o presente e pensar em sermos melhores no futuro.