“É um serviço digno, honesto e limpo”

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“É um serviço digno, honesto e limpo”

Marco Adriano Cardoso, 45, coordena uma cooperativa de catadores e recicladores de lixo no centro de Lajeado. Muitos dos integrantes estavam em situação de rua e agora possuem uma fonte de renda. Para ele, a sociedade ainda não reconhece a…

“É um serviço digno, honesto e limpo”

Marco Adriano Cardoso, 45, coordena uma cooperativa de catadores e recicladores de lixo no centro de Lajeado. Muitos dos integrantes estavam em situação de rua e agora possuem uma fonte de renda. Para ele, a sociedade ainda não reconhece a importância desse trabalho

Qual é a principal dificuldade deste serviço?
É o preconceito. Tem muitas pessoas que nos olham diferente. Quando alguém está catando em uma lixeira, acham que é um drogado, um ladrão. A gente sente no olhar que estão nos diminuindo. É complicado reverter isso, porque tem muitos nesse meio que fazem coisas erradas mesmo. Aí o certo leva a culpa também.
Como enfrentar a discriminação?
A gente tenta se profissionalizar ao máximo, fazer do jeito mais correto, com identificação nos carrinhos, uniformes. Já tenho um registro de Micro Empresa Individual (MEI) e encaminhamos solicitação de alvará com os bombeiros. Assim a gente conquista a confiança das pessoas. É importante ter tudo certinho, pois não é todo mundo que deixa o pessoal chegar com carrinho em lojas, mercados. É difícil, porque a gente está sempre meio sujo. Não tem como andar limpinho. Mas procuro sempre manter os guris organizados. Como muitos estavam em situação de rua, não é fácil, já passaram vários por aqui, mas poucos conseguem ficar e trabalhar honestamente.
Como surgiu a ideia de iniciar o trabalho?
Trabalhava desde pequeno em ferro velho, dos 13 aos 20 anos. Depois, trabalhei 11 anos como motorista. Aí faz cerca de uns quatro meses retomei esse trabalho. Sou um cara que não tem medo de encarar, me criei nisso. Não é um serviço para qualquer um. Dependemos disso pra viver e está dando certo. Cada vez mais as pessoas estão nos ajudando, deixando separado o lixo, lojas e moradores nos ligando para a gente buscar. Começamos em três pessoas e hoje já estamos em oito.
Como você avalia a relevância da reciclagem?
É muito importante. Se alguém vem aqui, não acredita o que a gente encontra de lixo da sociedade. O que a gente faz é um serviço digno, honesto e limpo, que faz bem para a sociedade e a natureza, importante para o futuro. Ao mesmo tempo, possibilita uma fonte de renda para quem precisa.
A população colabora?
Acho que hoje apenas 30 % das pessoas separam o lixo de forma correta. Melhorou um pouco com as campanhas, as pessoas estão se conscientizando. Mas falta muito ainda.
 
 

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