A região acompanha, quase que ao mesmo tempo, um paradoxo sobre os sistemas de pedágio. Nas rodovias estaduais, a EGR comprova que o modelo comunitário não conseguiu atender as necessidades da sociedade.
Na BR-386, a ViaSul assume a gestão e apresenta um cronograma consistente de melhorias na infraestrutura. Sobre ela pesa o passado, em que o setor privado administrou estradas, sem também conseguir qualificar a malha rodoviária do RS.
A maior reclamação do modelo de exploração dos pedágios até 2013 era a falta de contrapartidas da concessionária e a leviandade do contrato estabelecido. Pelo acordo assinado, desta vez, será diferente. A concessionária tem de atender um cronograma de obras. Uma das exigências, por exemplo, a duplicação de 219,7 quilômetros da rodovia em duas décadas.
No que se refere à EGR, houve um desmonte com as trocas de governo. Surgiu com o pretexto de aproximar atores locais dos responsáveis técnicos. Por meio dos conselhos, a comunidade apontaria o caminho dos recursos.
Depois de toda a organização dos atores locais, de diferentes segmentos da sociedade regional, o conselho foi deixado de lado pela direção do órgão. As organizações perderam força e a EGR perdeu a razão de existir. Como resultado, crescem os movimentos contrários à estatal. Como em Encantado, onde o Ministério Público, mais uma vez, se manifesta pela abertura das cancelas devido à falta de investimentos.
Na outra ponta, após mais de cinco anos sem cobrança de pedágio na BR-386, as tarifas voltam à rodovia federal em fevereiro do próximo ano. Nesse período, a empresa deve recuperar a pista, melhorar a sinalização, a iluminação e instalar as praças.
A expressiva carga tributária que recai sobre o bolso dos contribuintes é o suficiente para alimentar críticas sobre a criação de uma nova tarifa. Por outro lado, analistas e gestores públicos condicionam sobre o modelo de privatizações a possibilidade de melhorar a infraestrutura e promover as duplicações desejadas.
Privatizar só faz sentido se houver contrapartida em obras, se a manutenção das rodovias for condizente, se as duplicações ocorrerem no prazo estabelecido e se as tarifas ficarem numa média aceitável. O temor da sociedade reside justamente na fiscalização frouxa. Ainda que no papel o contrato esteja adequado, o histórico depõe contra.
Editorial
Afinal, qual modelo funciona?
A região acompanha, quase que ao mesmo tempo, um paradoxo sobre os sistemas de pedágio. Nas rodovias estaduais, a EGR comprova que o modelo comunitário não conseguiu atender as necessidades da sociedade. Na BR-386, a ViaSul assume a gestão e…