Um dos documentos mais raros do Arquivo Histórico de Lajeado é uma carta escrita em 24 de setembro de 1947, em Mainz, na Alemanha, dois anos após o fim da 2ª Guerra Mundial. O texto do alemão Peter Ross foi enviado para parentes que moravam no bairro Conventos. Ele era um dos soldados naquela batalha e relata um pouco do período. E é sempre curioso reler parte da história contada por quem vivenciou aquele terrível momento:
“Finalmente, após longos anos de guerra, é possível escrever cartas novamente […] Quem tem na lembrança a nossa bela Alemanha de antes de 1939, hoje não a reconheceria mais […] Nós merecemos todo este castigo? Não se pode responsabilizar todo o povo por esta guerra. O soldado alemão cumpriu ao comando de seus superiores e lutou quase seis anos contra uma supremacia mundial de inimigos de maneira heroica e decente. Que aconteceram coisas que não estavam corretas, é claro, mas para os desmandos das 44 unidades do Exército, não se pode responsabilizar todos em geral. Daquilo que aconteceu nos campos de concentração a maioria dos alemães não sabia de nada […] Nós éramos 3 irmãos soldados. Um tombou na França, em 1944. Para nós a guerra não foi nenhuma diversão. Nós também teríamos preferido ficar em casa. Não queríamos a guerra.
[…] Nós somos um povo vencido e não podemos nos defender […] Eu mesmo condeno o militarismo e o regime de Hitler, mas eu sou alemão e também o continuarei sendo. Apesar de toda a penúria e desgraça, nós não precisamos nos jogar aos pés e rastejar perante aqueles que ocuparam nosso país. Um dia, o mundo sentenciará de maneira diferente a nosso respeito [..]
Milhões de refugiados do leste da Alemanha foram obrigados a deixar sua querência […] Quão diferente deve ser onde vocês estão. Vocês tem essa enorme terra”.
Turismo regional
O primeiro encontro micro regional de turismo ocorreu na quinta-feira em Westfália. Idealizado pelo secretário da Indústria e Comércio e Turismo de Teutônia, Sidnei Eckert, contou com a participação dos municípios citados, além de representantes de Imigrante, Colinas, Paverama, Estrela, Poço das Antas, da Amturvales e também do Sebrae. A avaliação foi positiva e um novo debate já está agendado para 12 de setembro, às 14h 30min em Colinas. “É preciso mais diálogo para planejar eventos e pontos turísticos, com intuito de atrair mais pessoas de outras regiões para que pernoitem ao menos uma noite na região.”
Pedágio longe de Encantado
Os debates sobre a EGR e o pedágio seguem fervendo nos bastidores. Políticos de Encantado não querem mais aquela praça. Para muitos, o ponto “divide o município”. “Se ficar antes ou após a ponte que faz divisa entre Arroio do Meio e Lajeado, vai melhorar a arrecadação e a viabilidade da proposta de duplicação”, opina o vereador encantadense, Diego Pretto (PP).
A Esquerda em Lajeado
Na quarta-feira, opinei sobre o que considero uma incoerência por parte do PT de Lajeado ao cogitar nova aliança com MDB. Nessa sexta-feira, recebi essa nota enviada pelo presidente municipal da sigla, Carlos André Nunes. “Nós, enquanto Partido dos Trabalhadores, historicamente em Lajeado pautamos a nossa conduta pela união das oposições e não temos dificuldade alguma em conversar com todos os partidos que querem construir um projeto para uma Lajeado melhor, o que sempre fizemos no decorrer da história do PT em Lajeado. Não negamos a conversa com representantes do MDB assim como com representantes do PSB e/ou de qualquer outro partido que queira construir um projeto melhor para a cidade.”
Pacto pela Paz vai à Câmara
O programa Pacto Pela Paz é de suma importância para Lajeado e foi protocolado na Câmara no dia 22 de julho, em Regime de Urgência, um mês após o lançamento oficial. Para a Oposição, algo está fora do contexto. Afinal, por que o Executivo busca aval dos vereadores após já ter assinado dois contratos sem licitação – um de R$ 230 mil, em fevereiro, e outro de R$ 669,6 mil, em julho – com a empresa Alberto Kopittke e Associados em Segurança?
Questionado, o prefeito Marcelo Caumo afirma que o PL é uma sugestão de membro do Ministério Público local. “A ideia é tornar lei e com isto fazer com que futuros governos se preocupem com a sequência do programa. É a diferenciação entre ‘Programa e Projeto’. Apenas a título de exemplificação (e não entrando no mérito), o Bolsa Família foi instituído por meio de lei e, todos os governo que sucederam quem instituiu o Programa, mantiveram ele.”