O governo protocolou no Legislativo projeto de lei para criar o programa Zeladoria nas Calçadas. Inspirada no modelo de pavimentações comunitárias, a proposta cria um modelo de parceria entre município e proprietários de imóveis.
O Executivo entra com o projeto e as máquinas e prepara a cancha para a obra. Ao munícipe, cabem a compra do material e a contratação da mão de obra.
“Nas reuniões nos bairros, desde 2017, a gente percebeu que são recorrentes as reclamações em relação à trafegabilidade das calçadas. É um problema que afeta toda a mobilidade da cidade. As pessoas que trafegam a pé precisam ter melhores condições”, defende o secretário de Planejamento e Urbanismo, Rafael Zanatta.
O secretário afirma que há uma força tarefa do município para fiscalziar e notificar proprietários de terrenos. Porém, muitos moradores alegam não ter condições financeiras de arcar com a construção do passeio.
Conforme Zanatta, o objetivo é dividir os custos para agilizar a recuperação e minimizar problemas principalmente nas vias com mais fluxo de pessoas. “Sabemos que a responsabilidade é dos proprietários, mas estamos à disposição para ajudar”, conclui.
“Nos bairros não tem calçada”
Quem depende da cadeira de rodas para a locomoção sofre mais com a situação do passeio. Nestor Luis Martinelli tem 50 anos e é cadeirante faz 27. Ele avalia que o problema se agrava conforme se afasta da região central.
“Nos bairros não tem calçada, quase nenhum bairro tem. Eu moro no Conservas. Lá, se você sair de casa de cadeira, tem que ir pela rua”, afirma.
No Centro, a maior dificuldade é quanto à acessibilidade. “Tem rampa no Centro que não é acessível. Aquela rampa no Genes Work e Shop eu não consigo subir porque é muito inclinada.”
Irregulares e mal feitas
João Sérgio Muniz mora no Centro de Lajeado faz seis meses e circula a pé diariamente. “Precisa uma melhoria, uma boa reforma. As calçadas são muito irregulares, mal feitas”, avalia
Muniz considera justa a participação do governo na reforma dos passeios. “A prefeitura já cobra IPTU. Na minha opinião, a prefeitura deveria fazer as calçadas e os moradores darem a manutenção”, diz.
MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora.inf.br
