Entre o lar e os novos horizontes

Editorial

Entre o lar e os novos horizontes

Um das características do povo gaúcho é romper fronteiras. Foi assim nas décadas de 30 e 40, com a fronteira agrícola pelo interior de Santa Catarina e do Paraná. Quase 30 anos depois, com o Centro Oeste, com as grandes…

Um das características do povo gaúcho é romper fronteiras. Foi assim nas décadas de 30 e 40, com a fronteira agrícola pelo interior de Santa Catarina e do Paraná. Quase 30 anos depois, com o Centro Oeste, com as grandes produções de soja e de pecuária de corte.
Os empreendedores do setor primário levaram técnica, conhecimento e investimento para recantos quase esquecidos do país. Esse processo é contínuo, mas hoje carrega outras características e eleva preocupações sobre a perda de mão de obra, em especial de jovens formados, com conhecimento e muito potencial para romper barreiras e inovar.
O número de quase 700 mil gaúchos que saíram do Rio Grande nos últimos oito anos está distante de um novo ciclo migratório como visto no passado. No entanto, se torna representativo pelo fato de o estado não atrair nascidos de outras unidades do Brasil na mesma proporção. Somado a isso, o RS tem o menor crescimento populacional do país.
Estimativa do IBGE mostra que a população de idosos tende a triplicar nos próximos 40 anos. O aumento da expectativa de vida, ligado à redução da taxa de natalidade, explica o fenômeno, já visto em países europeus. Com a alteração etária, profundas transformações socioeconômicas acontecerão.
Uma nova atuação das instituições públicas precisa surgir devido a essa tendência. Os serviços de saúde passarão por adaptações. A Previdência Social, combalida e com déficit, segue uma tendência de ruína caso não haja uma reforma consistente. Em meio à incompetência na gestão, se trata de uma carga que o INSS não terá fôlego para carregar.
No RS, a falta de planejamento para custear os vencimentos dos inativos causa um rombo no orçamento público, já vivenciado desde o governo passado. Em uma escala macro, todo o país pode sofrer com a falência previdenciária. Tendo em vista a participação dos idosos no sustento das famílias, há diante dos gestores públicos desafios latentes.
O Estado precisa superar a crise fiscal e voltar a ter equilíbrio entre receita e despesa. Só assim o investidor terá segurança para investir. Junto com isso, é preciso qualificar os jovens, reduzir a burocracia e incentivar a inovação. Um caminho possível também pode ser vislumbrado com o Pro_Move, com a união de empresas, setor público, universidade e sociedade, é possível criar mecanismos para que talentos contribuam com o desenvolvimento local.
 

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