Sargento em formação, Gabriel Bettio Bonacina, 20, é um dos seis militares do Vale do Taquari selecionados para ajuda humanitária a refugiados da Venezuela, em Roraima. A Operação Acolhida é a primeira missão do morador de Arroio do Meio nos três anos integrando o Exército Brasileiro
A escolha da carreira militar ocorreu ainda no Ensino Médio. O que te chamava a atenção e te fez optar por esse ramo?
O que me chamava atenção é essa parte do respeito que o militar tem. Também é uma carreira diferente das outras que encontramos aqui na região. Essa missão é um exemplo. Não teria a oportunidade de participar de uma ajuda humanitária em uma empresa.
Neste início de carreira, você já ganhou até medalha de Praça Mais Distinta. Como está sendo sua evolução pessoal e profissional no Exército?
Mudei bastante, principalmente a parte do respeito ao outro. Tenho uma percepção diferente depois do quartel. Comecei a valorizar mais as coisas pequenas que não damos bola se estamos em casa, na nossa zona de conforto.
O que será feito na missão humanitária na fronteira com a Venezuela?
A Operação Acolhida foi criada em março de 2018 e tem finalidade de cooperar com medidas de assistência emergencial de acolhimento de imigrantes da Venezuela, em situação de vulnerabilidade decorrente do fluxo migratório provocado pela crise humanitária. Essas pessoas chegam na fronteira buscando melhores condições de vida. Tem muita gente que passa pelo Brasil para chegar em outros países e outros que vêm para se estabelecer aqui. Tem também a parte dos abrigos, onde se leva o pessoal que não tem nem local para dormir. São famílias que chegam com crianças pequenas e não têm condições de sobreviver na rua.
O que representa essa missão humanitária para sua vida?
É uma experiência única. São poucas pessoas selecionadas para ir, então é uma honra muito grande.
Qual é seu objetivo com a carreira militar para o futuro?
Tenho mais cinco anos para ficar no Exército, pois entrei via alistamento. Pretendo ficar esse tempo no quartel, fazer uma faculdade e ter experiências em outros lugares. A melhor decisão que tive na vida foi entrar no Exército, mas pretendo fazer muitas coisas no futuro.
FÁBIO KUHN – fabiokuhn@jornalahora.inf.br