Comércio cobra medidas mais efetivas do governo municipal

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Comércio cobra medidas mais efetivas do governo municipal

Quatro principais entidades do setor unificam pauta de reivindicações. Líderes querem reunião com prefeito

Comércio cobra medidas mais efetivas do governo municipal

Uma reunião na manhã de ontem selou a união de entidades do comércio para pressionar o governo municipal a tomar medidas mais eficazes no combate aos ambulantes irregulares. O encontro, convocado pelo Sindilojas, contou também com a participação da Câmara de Dirigentes Lojistas, Associação Comercial e Industrial de Lajeado e Sindicomerciários.
Há uma semana, o presidente do Sindilojas, Kiko Weimer, solicitou uma reunião com o prefeito Marcelo Caumo. Até o fim da tarde de ontem, não havia recebido resposta. Caumo diz não ter conhecimento do pedido. O encontro entre as entidades do setor resultou em uma lista de reivindicações comuns que serão apresentadas ao governo. Entre os pedidos do grupo estão a contratação de novos fiscais e o início de uma campanha de conscientização.
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Em maio, representantes da CDL de Bento Gonçalves estiveram em Lajeado e apresentaram a campanha “O reflexo da pirataria é o crime”, que alia conscientização e fiscalização. Weimer defende que as ações sejam constantes. “Deu certo em Bento, mas ficaram 30 dias sem fiscalizar e voltou tudo como estava antes”, avalia.

Eletrônicos, panos de prato e abacaxis

Na tarde dessa quarta-feira, o município fez operação de fiscalização na região central da cidade. A ação apreendeu cerca de 200 panos de prato além de roupas e produtos eletrônicos nas ruas Júlio de Castilhos e Bento Gonçalves e a avenida Benjamin Constant. Nestas áreas, não é permitido o comércio ambulante.
Na avenida Piraí, bairro São Cristóvão, os fiscais apreenderam 109 abacaxis, com um vendedor sem alvará. As frutas foram destinadas ao CRAS.

Poucos fiscais

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A fiscalização comércio ambulante de Lajeado está a cargo de apenas dois servidores. Contratados como fiscais de costumes, eles atuam, além do comércio, em outras atividades como roçadas, problemas de esgoto e liberação de empresas.
“O comércio ambulante é uma entre as várias atividades desenvolvidas pelos fiscais. Por isso não conseguimos estar todos os dias fazendo operações”, avalia o secretário de Planejamento e Urbanismo, Rafael Zanatta.
Para Zanatta, seriam necessários pelo menos mais dois fiscais, para que uma dupla se dedicasse integralmente ao comércio.

Entrevista

“Nossa maior dificuldade é ter a aderência das pessoas”
Em entrevista, prefeito Marcelo Caumo fala sobre desafio de coibir o comércio ilegal.
A Hora – No início do governo, em 2017, o senhor esteve na Acil e prometeu ações mais efetivas quanto ao comércio ambulante ilegal. Passados mais de dois anos, o município evoluiu pouco neste aspecto. O que dificulta este processo?
Marcelo Caumo – Precisamos de várias ações conjugadas para dar resultados efetivos. Ações isoladas têm mostrado um resultado pouco eficaz. A prefeitura vai, age e não traz um grande retorno. São várias as formas de comércio ambulante, tem mercadoria legal e ilegal. Em vários destes fatores, a gente evoluiu. Sobre o comércio da Júlio de Castilhos, um resultado mais positivo depende da ação conjugada de entidades, prefeitura, polícia e campanhas de conscientização.
O município tem concurso válido com aprovados para os cargos de fiscais. Há previsão de contratação?
Caumo – Analisamos com muita cautela, porque a partir do momento em que você chama um servidor, fica com compromisso até ele se aposentar. Há a possibilidade de implementar uma Guarda Municipal, que ficará responsável por pequenos delitos, como mercadoria contrabandeada. Para não ter sobreposição de funções, vamos definir uma estratégia e agir em cima dela.
O que falta para a campanha de conscientização ser lançada?
Caumo – Falta adesão dos lojistas. Por exemplo, uma ação efetiva é os lojistas da Julio aderirem e colocarem na vitrine o material da campanha.
Este material está disponível?
Caumo – Não. A gente faz a campanha se tiver adesão. Se os lojistas disserem ‘a gente está junto’, vamos colocar a mão na massa. Nossa maior dificuldade é ter a aderência das pessoas, dos atores da cidade, para daí sim ter este resultado efetivo no combate à pirataria e o comércio ambulante.
 


 

MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora.inf.br

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