Amanhã à tarde, 86 alunos se tornam soldados da Brigada Militar em Lajeado. A cerimônia é a conclusão de um curso de formação que durou nove meses. Com o término, as diversas regiões do estado buscam, junto ao comando da corporação, garantir parte deste efetivo.
Comandante do CRPO do Vale do Taquari, o tenente coronel Luis Marcelo Gonçalves Maya já tem a confirmação de que pelo menos 50 novos soldados serão destinados à região. O número representa quase 60% dos alunos formados em Lajeado.
“Este número que estamos formando seria suficiente para repor as perdas dos últimos cinco anos. Neste período, a criminalidade aumentou. Buscamos alternativas, como videomonitoramento, integração entre os órgãos de segurança e melhoria dos equipamentos. Mas o recurso humano é essencial”, defende. O pedido inicial era de que ficassem os 86 soldados que tiveram treinamento na região além de outros 30.
Ontem à tarde, uma das turmas realizou último treinamento de tiros com pistola em Teutônia
“Eu pretendo ficar aqui em Lajeado”
Foi por influência do irmão mais novo que David Eduardo Almeida decidiu seguir a carreira militar. Criado em Brasília, David trabalhava como bombeiro civil. Os dois vieram para o Rio Grande do Sul para fazer o concurso da Brigada Militar. David passou na primeira turma. O irmão ficou na posição 2500 e deve ser chamado para a próxima formação.
A decisão por Lajeado foi tomada no último momento. “Pesquisei todas as cidades antes de escolher. Eu estava indeciso na hora da fila, um colega comentou que era de Lajeado e acabou me trazendo para cá”, recorda.
Após nove meses de atividades, ele ficou na 3ª posição entre os formandos de Lajeado e na 24ª, entre os dois mil alunos de todo o estado. Com a boa colocação, ele espera conseguir escolher a cidade em que vai atuar.
“Eu pretendo ficar aqui em Lajeado. Gostei da cidade, é muito receptiva. É uma cidade de porte médio, tem uma boa estrutura, mas sem aquela correria da capital”, afirma.
Ele define o sentimento como de felicidade e sensação de dever cumprido. “Toda experiência que tivemos aqui fica na mente. É um filme que passa, desde o início, a gente chegando praticamente de madrugada, depois a semana zero, sabe como é, padrão de formação.”
Para a cerimônia, ele vai receber os pais, duas irmãs e um prima. A família mora em Minas Gerais. O irmão, que influenciou a carreira militar, não vem agora. “Ele quer vir para ficar.”
Cerimônia aberta ao público
A cerimônia ocorre neste sábado, a partir das 16h no gramado do Ceat. Em caso de chuva, o campo aberto será substituído pela quadra coberta, no mesmo local. O evento dura cerca de 1h20 e é aberto à comunidade.
Os formandos entram marchando e cantando, acompanhados pela banda da Brigada Militar.
Em seguida, ocorre a leitura do protocolo e a execução dos hinos gaúcho e brasileiro.
Os futuros soldados farão o juramento que é feito por todo policial militar e trocarão a boina pelo boné branco. Este momento conta com a participação dos padrinhos e madrinhas, escolhidos pelos alunos. Por fim, os novos brigadianos prestam continência à bandeira.
Como a cerimônia não terá a presença do governador Eduardo Leite, será feita uma homenagem especial. O nome do homenageado é mantido em segredo.
Para o Major Fábio Kuhn, foi uma experiência nova. Pela primeira vez ele coordenou um curso de formação de soldados.
“Como profissional foi uma coisa que nunca esperei, mas foi muito gratificante. Foi uma luta de uma equipe que atuou comigo.
Apesar de ser algo novo, deu tudo certo. A gente vai sentir saudade de tudo isso.
MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora.inf.br
