Foi de uma ida ao supermercado que nasceu a proposta do trabalho de conclusão de curso de Bruna Elisa Lenz. Ao encontrar um salgadinho que usava um personagem famoso como ilustração, a aluna de Nutrição da Univates ficou curiosa para saber qual a influência da mídia sobre as escolhas alimentares das crianças.
Para o estudo, ela aplicou questionários a pais e responsáveis de 175 crianças com idades entre 5 e 10 anos, e matriculadas em escolas de um município do Vale do Taquari. Sua análise considerou a mídia televisa, formato que ele constatou ter o maior apelo a produtos alimentícios processados.
Para conseguir traçar o perfil dos menores, ela entregou um questionário, para que eles levassem para casa, onde os pais preencheram. As perguntas se referiam a dados socioeconômicos, tempo das crianças em frente à TV, tipos de alimentos que a criança pedia após ter visto na TV. Quando elas retornavam com as respostas, Bruna media a altura e pesava cada uma, classificando-as de acordo com os parâmetros da OMS.
Embora a maior parte do grupo de crianças analisadas estivesse dentro do peso considerado ideal para a idade, a estudante do ensino superior notou que a escolha por achocolatados em pó, balas, salgadinho era constante, além do baixo consumo de frutas e verduras.
Constatou ainda que mais ou menos 1/3 das crianças avaliadas pediam ou às vezes pediam para comprar alimentos e bebidas vistas na TV, e quase metade dos pais às vezes compravam esses alimentos, normalmente influenciados por personagens ou artistas preferidos dos filhos. Pais de crianças que ficam expostas à televisão por mais de 16 horas semanais compram para seus filhos achocolatado e iogurtes.
“Também foi possível perceber que as crianças que estavam com estado nutricional dentro da normalidade passavam menos tempo em frente à TV”, relata. Ela destaca ainda que os pais são os principais responsáveis pelas decisões alimentares dos filhos.
Afinal, além de definirem a quais alimentos a criança terá acesso, após o desaleitamento, os adultos da casa são a principal referência em termos de paladar. “Não adianta os pais comprarem determinados produtos e não darem para as crianças. Dificilmente a criança vai entender porque os pais podem comer e ela não.”
A orientadora do trabalho e professora do curso de Nutrição na Univates Patricia Fassina afirma que é importante a atenção de profissionais de saúde e dos pais na educação alimentar e no estilo de vida das crianças, para combater a influência negativa da mídia televisiva sobre essa população. “É necessário pensar em estratégias de orientação em saúde pública para acentuar a importância de bons hábitos alimentares já na infância”, finaliza.
Crianças
Aluna investiga relação entre TV e nutrição infantil
Foi de uma ida ao supermercado que nasceu a proposta do trabalho de conclusão de curso de Bruna Elisa Lenz. Ao encontrar um salgadinho que usava um personagem famoso como ilustração, a aluna de Nutrição da Univates ficou curiosa para saber qual a influência da mídia sobre as escolhas alimentares das crianças.
