Produtor investe R$ 1,2 milhão em aviário. RGE não garante energia

Estrela

Produtor investe R$ 1,2 milhão em aviário. RGE não garante energia

Família quer ampliar capacidade produtiva da propriedade, mas aguarda ligação de luz faz mais de um mês

Produtor investe R$ 1,2 milhão em aviário. RGE não garante energia

Ademir Alfredo Zart mostra com orgulho a propriedade da família, onde trabalham ele, o pai e o irmão. Os dois aviários funcionam no sistema tradicional e juntos têm capacidade para 50 mil aves.
No fim do ano passado, eles iniciaram um processo de ampliação e modernização da propriedade. Uma nova unidade de cerca de 3 mil m² foi construída, no sistema dark house, todo fechado e automatizado. O espaço terá capacidade para 60 mil aves.
O projeto prevê ainda a ampliação de um dos espaços atuais, que também passará ao sistema automatizado. Ao todo, a propriedade ficará com capacidade para 130 mil aves. O terceiro aviário, mais antigo, construído em 1996, será desativado e ficará como memória da propriedade.
O investimento foi de R$ 1,2 milhão, por meio de financiamento. Zart estima que o novo aviário esteja pronto em 15 dias. “O que falta é a energia”, afirma.
Por exigência da RGE, eles tiveram de construir uma subestação na propriedade, em função do aumento na demanda. “A subestação está pronta, investimos R$ 40 mil nela. Agora só falta eles virem ligar e eles não vêm.”

Mais de um mês de espera

A obra do aviário está em fase de conclusão. Os operários precisam de uma extensão, que puxa a energia para os equipamentos.
Zart conta que entrou em contato com a concessionária para pedir a ligação. O pedido de inspeção foi feito no fim de maio. O prazo estimado pela concessionária foi até o dia 27 de junho. Mais de um mês depois, a inspeção não foi feita e a energia não foi ligada.
O produtor teme que a demora na ligação traga prejuízos financeiros. “Daqui a pouco vai estar tudo pronto e não vai ter energia. Vai ficar parado, fazer o quê?”
Os juros do financiamento custam R$ 70 mil por ano. Cada mês parado representa uma perda de quase R$ 6 mil.

Devolução de um poste velho

O que trava o processo é a devolução dos materiais da RGE que foram retirados: um poste velho de madeira, uma travessa usada e alguns parafusos. Rangel Scalco é o empreiteiro responsável pela subestação. Ele tem o documento que comprova a entrega.
“Eu devolvi, o rapaz me deu um documento carimbado por eles, eu anexei no sistema e dei conclusão da obra. Agora, eles alegam que tem que dar baixa, mas eu não tenho acesso ao sistema deles”, afirma Scalco.
A entrega foi feita em Venâncio Aires. “O custo de ir a Venâncio é maior que o de um poste usado”, estima.
Scalco afirma ainda que não é a única de suas obras que esbarra no mesmo problema. Uma indústria de Lajeado para quem ele prestou serviços aguarda a ligação desde dezembro.
 

MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora.inf.br

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