Governo inclui 129 e 130 no plano de concessões do BNDES

Infraestrutura rodoviária

Governo inclui 129 e 130 no plano de concessões do BNDES

Afirmação do governador Eduardo Leite ocorreu em audiência com comitiva do Vale no fim da tarde de ontem. Modelagem tem prazo de dois anos para ser concluída

Governo inclui 129 e 130 no plano de concessões do BNDES

De positivo, a confirmação de que a ERS-130 é uma das prioridades do Estado em termos de ampliações e que o plano de concessão será estruturado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). De negativo, o prazo e a certeza de que a EGR continuará gerindo as rodovias da região pelos próximos dois anos.
Esse é o resumo da primeira audiência de líderes do Vale do Taquari com o governador Eduardo Leite. O encontro ocorreu ontem, no palácio Piratini. Na ocasião, o chefe do Executivo gaúcho afirmou que as condições problemáticas no fluxo da ERS-130 são de conhecimento do governo. De acordo com ele, no prazo de modelagem do novo sistema, a EGR continuará atuando e dando andamento aos projetos de melhoria previstos.
Para o presidente da Amvat e prefeito de Teutônia, Jonatan Brönstrup, o governador manteve o discurso. “É só por meio de concessões que é possível investir nas estradas. Temos que aguardar o plano.”
A reunião com o governador foi agendada pela Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT), com a participação do Conselho de Desenvolvimento (Codevat), prefeitos, diretores da Dália Alimentos (Encantado), Girando Sol e Valelog (ambas de Arroio do Meio).
Ainda teve presença da presidente da Federasul, Simone Leite, e do deputado estadual Edson Brum (MDB), do deputado federal Lucas Redecker (PSDB), além dos secretário estadual de Governança e Gestão Estratégica (SGGE), Cláudio Gastal e de Transportes, Juvir Costella.

Consulta ao Vale

Pelo plano do governador, as obras mais importantes e quais etapas devem ser cumpridas após a concessão partirão da comunidade regional. Entre as demandas, pontua o deputado Edson Brum, está a duplicação da 130 de Muçum até Venâncio Aires.
Também foi feita a reivindicação de que a cobrança do novo sistema de pedágios seja eletrônica e por meio de um cálculo da rodagem por quilômetro.
Por dia, estima-se que mais de 28 mil veículos transitam no trecho de Encantado, passando por Arroio do Meio, Lajeado e Cruzeiro do Sul.
A Cooperativa Dália Alimentos, de Encantado, apresentou um documento onde constam os custos das operações logísticas. Só em pedágio, pagou mais de R$ 2,2 milhões.

Posição mantida

Tanto o governador como outros integrantes do governo já afirmaram que a EGR será extinta e que a malha de rodovias será concedida à iniciativa privada. No entanto, a autarquia só será fechada após o governo resolver o destino das rodovias. Pela análise do governo, não é viável lançar um único modelo para substituir com agilidade os mais de 700 quilômetros mantidos pela EGR.
Na avaliação do Piratini, áreas com alto fluxo e alta rentabilidade teriam diversas interessadas enquanto rodovias com menor potencial econômico seriam deixadas de lado. O ideal seria unir trechos rentáveis com outros de menor movimento, como uma forma de equilibrar o interesse das concessionárias.

Análise

O estado das rodovias gaúchas representa o atraso do RS. Conservação precária, pouca sinalização e insuficiente para atender o trânsito de hoje. Governos e mais governos prometeram, tentaram e fracassaram. Ainda que a ideia do atual gestor do Rio Grande tenha pontos positivos, o histórico de outros anos desanima.
A dinâmica do setor público tem um relógio próprio. Dois anos para a população e para o empresariado pode significar o fim das chances de crescimento, geração de riquezas e de empregos. A vida das pessoas é mais rápida do que as decisões políticas.
Talvez por isso, haja tamanha descrença quando se depende do governo para alguma solução.
A mensagem do governador Eduardo Leite é clara, como tem sido em todas as ocasiões quando se manifesta – essa habilidade de comunicação é uma tônica desse governo. Mas reflete, mais uma vez, o distanciamento entre o desejado pela população e o possível dentro das amarras burocráticas e legais do Estado.
 

FILIPE FALEIRO – filipe@jornalahora.inf.br

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