O prefeito de Lajeado vai enfrentar um debate inevitável se optar pela candidatura à reeleição. Marcelo Caumo prometeu, durante campanha de 2016, que não concorreria em 2020. Colocou uma pedra no próprio sapato. Ele e os principais correligionários do PP sabem disto. Os opositores também sabem, é claro. E a tática desenhada pelo MDB é interessante.
Enquanto algumas cabeças pensantes da Oposição querem criar uma narrativa ofensiva, onde o atual o prefeito “não tem palavra”, os especialistas contratados pelo partido sugerem exatamente o contrário.
É isso. Os filiados do MDB – e das siglas que provavelmente estarão ao seu lado – foram orientados a bater nesta tecla: “Marcelo Caumo é um homem de palavra”. Para esses especialistas na área da política, utilizar tal psicologia servirá para persuadir os eleitores e, quem sabe, o próprio prefeito. É uma tática interessante, reforço, e foge um pouco do óbvio. Caberá ao PP – com provável auxílio do PSDB, PTB, PSD e Partido NOVO – fazer do limão uma limonada.
Caumo se colocou por conta e risco nesta situação atribulada. Em 2016, ele acabou entrando na onda da tal “nova política”, e foi convencido por membros de “movimentos livres”, “apolíticos” e “apartidários” a agir desta maneira. Em campanha, a trupe tratou a reeleição como se fosse um crime. Um grave erro. A promessa pouco ou nada refletiu na eleição, tanto que hoje poucos lembram esse fato. Mas, em 2020, a precipitada promessa será relembrada com ênfase e será uma dura pedra no sapato do prefeito. Inevitavelmente.
Reeleição nunca foi crime. É do jogo em inúmeras democracias mundo afora. É permitido por lei e certamente um eventual novo prefeito vai buscar tal mecanismo. Caumo realiza uma gestão sem escândalos e com importantes inovações, e se credencia com méritos para buscar uma nova gestão. O problema está naquela certidão assinada no dia 15 de agosto de 2016, registrada em cartório, e cuja frase de impacto é clara. “Assumo como cidadão lajeadense o compromisso com a minha não reeleição: seja a mudança que você quer no mundo”.
Rombo em Travesseiro
A Secretaria da Fazenda de Travesseiro recebeu um aviso do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região na semana passada. A requisição é para que seja incluído no Orçamento de 2020 o montante de R$ 245,9 mil referente aos precatórios decorrentes de sentenças judiciais trabalhistas. São ações impetradas por servidores municipais e os valores são resultantes de causas reclamadas nos anos de 2012, 2013, 2014 e 2016, nas áreas da Saúde (49,5%), Obras (39,7%) e Educação (10,7%). Conforme o Poder Executivo, diante dessa nova despesa serão necessários cortes. E esses cortes serão concentrados nas respectivas secretarias.
Amvat acanhada
A Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) possui 36 prefeitos. Na assembleia realizada nessa sexta-feira, na sede da entidade em Estrela, menos de 20 estavam presentes. Mesmo assim, faltou espaço para todo mundo e a acanhada sala de reuniões gerou mal estar. O chefe do Executivo de Imigrante, Celso Kaplan (PP), passou mal em determinado momento e precisou “buscar ar” na sacada do prédio. Pela grandeza da instituição e sua importância histórica, a Amvat merece uma estrutura mais adequada para realizar seus debates.
Porto de Estrela
Senador Luis Carlos Heinze (PP) quer ajudar na municipalização do Porto de Estrela. No fim de semana, ele ligou para correligionários na região e para o prefeito, Rafael Mallmann (MDB), para falar sobre uma conversa com o Ministro dos Transportes. No diálogo, a cobrança por celeridade no repasse da estrutura para a gestão municipal. O mesmo vale para o Porto de Charqueadas. Por lá, segundo informações, há uma previsão de investimentos na ordem de R$ 70 milhões por parte da iniciativa privada. Também há interessados em aproveitar o porto estrelense. Entre esses, uma empresa de processamento de soja de Encantado.
Presidente Tricolor
A diretoria da Câmara de Indústria e Comércio (CIC) de Teutônia e o Consulado Gremista do município organizam uma palestra com o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr. O evento ocorre no dia 26 de setembro, a partir das 19h30, na sede da Associação da Água. A programação terá caráter beneficente. Segundo os organizadores, todo valor arrecadado será destinado à corporação da Brigada Militar da cidade. A venda dos ingressos deve iniciar nos próximos dias.
Royalties no Aterro
O governo de Lajeado finaliza um estudo técnico e financeiro para mudar as operações junto ao Aterro Sanitário. A ideia é gerar energia por meio da pirólise – transformação por aquecimento de uma mistura ou de um composto orgânico em outras substâncias – e lucrar com os royalties desse novo combustível renovável.
Para tal, porém, é preciso verificar os custos por tonelada do recolhimento dos resíduos em todos os bairros da cidade. A ideia surgiu após um edital de chamamento público, e a empresa será contratada por meio de licitação.