Paz nem nos cemitérios

oito crimes em um ano

Paz nem nos cemitérios

Vandalismo e furtos de objetos metálicos se tornam cada vez mais comuns. Caso mais recente ocorreu em Estrela, nesse domingo

Paz nem nos cemitérios

O furto de materiais metálicos em mais de 50 túmulos do Cemitério Evangélico de Beija Flor deixou os moradores de Costão indignados. O crime aconteceu na madrugada de domingo, 28, e foi o primeiro deste tipo a ser registrado na comunidade de Estrela.
Familiares de pessoas sepultadas passavam pelo local, na tarde de ontem, 29, para contabilizar os estragos. “É uma atrocidade”, lamentava Fernanda Fritsch, 39, de frente para o túmulo danificado da avó. “Fico chocada com essa situação. Não há mais respeito nem com a memória de pessoas falecidas”, percebe.
Raquel Ströher, 37, teve a sepultura dos avós paternos e maternos atacada pelos ladrões. Conforme ela, a comunidade é zelosa com o cemitério, o que aumenta ainda mais o sentimento de inconformação. “Problema não é o dinheiro para consertar, mas a sensação que mexeram em algo pessoal”, lastimava.
Representante da diretoria, Andrea Dienstmann reforçou a indignação dos moradores. “Nem um espaço como o cemitério é preservado mais. É uma agressão desumana”, classificava.
Na maioria dos túmulos violados, os ladrões levaram o crucifixo de metal. Em outros casos, foram arrancadas também o letreiro e até a moldura com fotografia do sepultado. Integrantes da comunidade temem outro crime no local, caso os túmulos sejam consertados.
05_AHORA

Crime que machuca

A diretoria da comunidade evangélica registrou boletim de ocorrência na segunda-feira. Até o momento, inexistem suspeitos. Entretanto o delegado da Polícia Civil de Estrela, Juliano Stobbe acredita na possibilidade do furto ter sido cometido por bandidos que já realizaram crimes semelhantes na região.
Conforme o delegado, os objetos metálicos e de bronze conspurcados dos túmulos são derretidos ou até recolocados no mercado como sucatas. “É preciso esse local de receptação. Para um grupo com esse contato se torna mais fácil cometer o delito”, comenta.
O fato dos cemitérios estarem em locais sem vigilância facilita a ação dos bandidos, percebe Stobbe. Ele destaca o impacto desse crime na sociedade. “Ver o túmulo de um parente detonado é algo que machuca a pessoa”, sustenta.
A 19ª Delegacia de Polícia Regional do Interior, em Lajeado, registrou sete casos de furtos ou vandalismo em cemitérios desde 2018. Matérias da imprensa regional mostram oito casos no período de um ano (veja no quadro fechado).
 

FÁBIO KUHN – fabiokuhn@jornalahora.inf.br

Acompanhe
nossas
redes sociais