Comitiva do Vale busca respostas do Piratini

Infraestrutura rodoviária

Comitiva do Vale busca respostas do Piratini

Fim da EGR e plano de concessões para estradas da região serão abordados em reunião com o governador Eduardo Leite

Comitiva do Vale busca respostas do Piratini

A primeira audiência oficial do governador Eduardo Leite com líderes da região ocorre hoje. O encontro foi agendado pela Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT) e tem como assunto central os planos do Executivo para a concessão de rodovias estaduais administradas pela EGR.
Como o Executivo já deixou claro que a autarquia será extinta, os líderes do Vale querem ter detalhes sobre o plano de concessões às ERSs- 453, 129 e 130. O Executivo gaúcho lançou em março o modelo de pedágio das rodovias 287 e 324. Pelo projeto, as estradas serão repassadas à iniciativa privada por 30 anos. A previsão é de um investimento de R$ 2,2 bilhões.
O custo médio por quilômetro rodado fica em torno dos R$ 0,15. Pelos cálculos do Codevat, o desembolso dos motoristas por quilômetro rodado nas estradas da EGR no Vale é duas vezes mais caro. “Pagamos R$ 0,30, sem garantia de obras de infraestrutura. É um custo muito alto para pouco retorno”, avalia a presidente do conselho, Cíntia Agostini.
De acordo com o presidente da CIC-VT, Pedro Barth, é preciso de um plano urgente para melhorias na rodovia que liga Encantado a Lajeado, em especial no trecho urbano de Arroio do Meio. A pista simples, aliada ao alto fluxo e o excesso de acessos sem infraestrutura tornam a logística das empresas onerosas, o que inviabiliza investimentos e aumento de produção.
Além de integrantes da CIC-VT, o encontro terá a presença do Conselho de Desenvolvimento (Codevat), autoridades políticas da Associação dos Municípios (Amvat) e de diretores de empresas e cooperativas da região.
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Economia estagnada

A força-tarefa regional quer mostrar como a falta de investimentos nas rodovias atrapalha o desenvolvimento econômico e social do Rio Grande do Sul. O mote central das reivindicações se concentra nas condições da ERS-130.
Por dia, estima-se que mais de 28 mil veículos transitam no trecho de Encantado, passando por Arroio do Meio, Lajeado e Cruzeiro do Sul. Em entrevista concedida ao A Hora no dia 22 deste mês, o diretor da Girando Sol, Gilmar Broscheid, frisou o impacto nos custos derivados da demora no deslocamento no trecho entre Arroio do Meio e Lajeado.
Na ocasião, também foi ouvido o presidente da cooperativa Valelog, Adelar Steffler. Ele demonstrou preocupação caso indústrias busquem outras regiões ou estados. “Se problemas para os negócios continuarem, uma hora tem indústria que vai desistir do Vale.”
A Cooperativa Dália Alimentos, de Encantado, preparou um dossiê com os custos das operações logísticas. Só em pedágio, pagou mais de R$ 2,2 milhões em pedágios.

Secretário cancela visita

O secretário estadual de Governança e Gestão Estratégica (SGGE), Cláudio Gastal, havia confirmado um encontro com líderes da região para amanhã. No fim de maio, ele recebeu uma comitiva e se comprometeu em buscar um diagnóstico sobre a receita e as despesas da EGR, bem como em conferir o andamento de projetos para a região.
Como estava marcada a audiência com o governador um dia antes, parte dessas informações já serão repassadas neste encontro. Na reunião de dois meses atrás, Gastal, afirmou que o tempo médio para preparar um programa de concessão é de oito meses.
Na ocasião, disse que lançar um modelo único para substituir com agilidade os 700 quilômetros administrados pela EGR é um erro estratégico. Na avaliação dele, se repassaria uma área com alto fluxo e alta rentabilidade enquanto rodovias com menor potencial econômico seriam deixadas de lado pela iniciativa privada.
O ideal, defende, seria unir trechos rentáveis com outros de menor movimento, como uma forma de equilibrar o interesse das concessionárias.
 

FILIPE FALEIRO – filipe@jornalahora.inf.br

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