Ser forte ou ser feliz?

Opinião

Gabriel Carneiro Costa

Gabriel Carneiro Costa

Escritor e palestrante

Ser forte ou ser feliz?

Depois de muitos anos atendendo pessoas e seus dilemas, percebi que toda vez que colocamos foco em mostrar que somos fortes e que damos conta do recado, nos afastamos da possibilidade mais profunda de ser feliz. Ninguém é forte o tempo todo.
E não devemos confundir o ato de demonstrar fraqueza com ser fraco. São coisas diferentes.
Considero com muita força aquelas pessoas que conseguem manifestar suas necessidades, fragilidades, inseguranças… É necessário muita coragem para assumir as emoções e os sentimentos não tão positivos.
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E mais uma vez, depois de tantos anos trabalhando nesta área, posso compartilhar um segredo: somos todos fracos. Somos todos carentes. Somos todos frágeis. Somos todos inseguros. O que nos diferencia é a capacidade de fazer algo a partir destes sentimentos.
Mostrar que somos fortes é olhar somente para fora. Torna-se necessário ficar atento se os outros estão percebendo que estamos fortes. É gastar tempo e energia tentando provar algo que no fundo não fará diferença na vida dos outros. A admiração mais sustentável é aquela que surge pela empatia e não pela idealização.
Quando abrimos mão do esforço de mostrar tal posição de força, começamos a olhar pra dentro. Nos voltamos a quem nós mesmos estamos sendo diante do que esteja acontecendo. Desenvolvemos a possibilidade de refletirmos sobre nas nossas próprias mudanças e nossas próprias projeções que fazemos diante das crises.
Na queda de braço por mostrar quem é mais forte, perdemos a chance de dizer “eu errei”, “tá doendo”, “volta aqui”, “vamos tentar”, “me desculpa”, “eu te amo”, “é só saudade”, “sinto falta”, “te perdoo”, “ando chorando”, “preciso de ajuda”, “me liga”, “fica comigo”…
Ser feliz é viver em paz com nossas vulnerabilidades. Ser feliz é ir atrás do que se quer ser, ao invés de ir atrás daquilo que socialmente é considerado forte.
Ser feliz é não ter que agir para se mostrar feliz.

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