Vereadores estão certos ou errados?
Projeto que trata do novo planejamento urbano desafia o Legislativo de Lajeado a decidir sobre o futuro da cidade, em meio a interesses opostos.
Embora o senso comum coloca os vereadores quase sempre no alvo da crítica – não importa a cidade –, torna-se necessário fazer sua defesa, quando as circunstâncias se impõem, ainda que isso possa desagradar a maioria.
Me refiro, em específico, à aprovação do Plano Diretor de Lajeado. Injusto e incoerente, neste momento, rechaçar ou reclamar da demora da aprovação de matéria tão complexa. Aliás, o projeto ingressou na casa foi no mês de abril. São pouco mais de três meses.
O Executivo teve quase dois anos para elaborar o projeto. Reuniu a comunidade em mais de 30 audiências públicas. Tentou construir a proposta mais próxima daquilo que julga o ideal. Ainda assim, não tem unanimidade nem no próprio governo. No entanto, fez a sua parte com responsabilidade.
Agora chegou a vez da câmara de vereadores. É a parte decisiva: aprovar, alterar ou rejeitar o que se compilou até aqui.
Ainda que o Executivo esteja ansioso para aprovar o projeto logo, o Legislativo precisa seguir firme, e se dar o direito e o dever para fazer o debate, exaustivamente. Isso decide o futuro da cidade, de seus moradores e investidores no aspecto urbanístico.
O alento é a necessidade de dois terços para alterar o Plano. No entanto, existem rumores sobre intenção de mudar a Lei Orgânica e tornar a referida votação matéria de aprovação com maioria simples. Seria um retrocesso e atentado, no meu ponto de vista.
Percebo esforço e dedicação enormes de alguns vereadores que mais tratam do assunto. Inúmeras reuniões, conversas, troca de ideias e sugestões têm pautado parte dos leigisladores lajeadenses, tanto de situação quanto de oposição. Parabéns! Este é o papel do parlamento.
As comissões internas da casa devem seguir em frente, com muita convicção. O debate maduro e sem atropelos é vital para acertar ao máximo. Por isso, afirmo, com certeza, os vereadores estão CERTOS em fazer o debate e não votar com rapidez.
Tirar proveito político é um tanto difícil, em ambos os lados. Porém, cometer erros ou omitir questões importantes é muito fácil, ainda mais se o tema for partidarizado ou um dos poderes quiser ingerir no outro.
É por esta razão simples e honesta que me solidarizo com a câmara de Lajeado. Faço votos que a presidente, Neca Dalmoro, siga com o clima de maturidade e estabeleça o tempo necessário para votar tema tão amplo.
E insisto. Qualquer tentativa de desestruturar estas etapas seria um desserviço. Lembro de uma frase do promotor, Sérgio Diefenbach, por ocasião do debate do Pro_Move, quando invocou a legitimidade do Poder Legislativo. “A câmara representa a sociedade. Jamais podemos pensar em deixá-la às margens das discussões”, lembrou o promotor.
Fecho com Diefenbach. E digo mais: precisamos restabelecer a confiança na política e nos legislativos. Eu mesmo já cometi exagero nas minhas críticas aos vereadores nesta coluna, ao generalizar.
Prestar cada vez mais atenção nos bons políticos, e falar menos dos maus é um bom exercício de cidadania. Do contrário, nada vamos melhorar.
Coragem para enterrar canos
O presidente da Corsan, Roberto Barbuti, em recente reunião com a ADI – Associação dos Jornais Diários do RS –, informou que a companhia pretende alcançar 55% de cobertura com esgotamento sanitário no atual governo. O próprio dirigente da Corsan classificou como vergonhosa a situação gaúcha em nunca ter priorizado uma questão tão séria.
De fato, a atitude é inédita, uma vez que o Estado tem atualmente meros 15% resolvidos.
Lajeado tem pífios 3% de sua área urbana com esgoto tratado. O resto vai para fossas, onde é fácil encontrar os famosos “ladrões” (sumidouros). Estes acabam levando aos córregos e, por último, ao manancial que volta a abastecer a cidade.
Os governos costumam ignorar este tipo de investimento, pois dizem que não dá voto, já que os canos são enterrados e ninguém enxerga. Parece que o RS começa a olhar diferente para o tema.
Pensamento sustentável
O município de Santa Clara do Sul, apesar dos seus pouco mais de sete mil habitantes, não deixa por menos. A cidade prepara um evento singular para setembro, orientado às flores e aos alimentos orgânicos. O diferencial é o poder público, puxado pela determinação e visão do prefeito Paulo Kohlrausch, que quer transformar a economia local.
A população começa dar sinais de compreensão do projeto, um dos poucos arrojados na região, em se tratando de município de pequeno porte. Cada um precisa encontrar a sua vocação. Santa Clara do Sul parece ter encontrado a sua. Acertou no alvo.
À espera dos pagamentos
Clientes da InDeal organizaram um protesto ontem, em frente ao MPF, em Porto Alegre, para criticar as autoridades em relação à liberação de pagamentos prometidos pela empresa. Organizado por Carolina Oliveira, uma das investidoras em ações na InDeal, o ato teve por objetivo chamar a atenção da imprensa. Ela alega que, até aqui, não se confirmou nenhuma irregularidade contra a empresa, enquanto as autoridades devem uma explicação e devem liberar os bens para a empresa pagar seus clientes.
A InDeal anunciou prazo de 120 dias para efeutuar o pagamento a todos os que aportaram recursos com a promessa de 9% a 15% de rendimentos mensais, a contar da data do dia 21 de maio. Em dois meses, alguns clientes receberam o prometido.
Pensar Alimentos e a Jornada
O Grupo Técnico de Alimentos – GTA do Vale do Taquari mantém um movimento silencioso há mais de duas décadas na região. Aos poucos, começa a criar forma e se potencializa com a terceira Jornada Técnica do Setor Alimentício, programada para os dias 5 a 8 de agosto, no Weiand Turis Hotel, em Lajeado.
Técnicos e empresários de multinacionais participam do evento que debate o futuro dos alimentos, seus desafios e oportunidades em um mercado global.
A especialista Tânia Gräff (foto) lidera o GTA e a execução do evento, em nome da realizadora, a ACIL, com apoio da AGEA.
Para contribuir e materializar a importância do movimento, o A Hora aceitou o desafio de produzir uma revista sobre o tema.
Viabilizada, mais uma vez, pelas organizações locais empenhadas na consolidação do Vale dos Alimentos.
A publicação circula aos assinantes do A Hora no dia 06 de agosto, porém, será apresentada em primeira mão durante a abertura do evento, às 20h, do dia 05 de agosto, quando palestra o empresário português César Couto Ferreira – CEO da Fábrica do Futuro Coquetel.