Entre o sonho e a realidade

Editorial

Entre o sonho e a realidade

Uma das maiores tragédias naturais vistas pelo mundo provocou uma imigração para o Brasil. Haitianos deixaram o país caribenho após o terremoto de 2010. Pessoas fugiram da morte e da miséria, atravessaram quase quatro mil quilômetros para recomeçar. O Vale…

Uma das maiores tragédias naturais vistas pelo mundo provocou uma imigração para o Brasil. Haitianos deixaram o país caribenho após o terremoto de 2010. Pessoas fugiram da morte e da miséria, atravessaram quase quatro mil quilômetros para recomeçar.
O Vale do Taquari foi uma das regiões que recebeu esses sobreviventes. Na história, a região foi construída por mãos de imigrantes. Primeiros os lusos, negros. Mais tarde, germânicos e italianos.
A edição de hoje traz uma reportagem sobre a vida dos imigrantes do século XXI e a dificuldade em se adaptar a língua, às tradições, ao trabalho, à cultura e a vida em comunidade.
Entre a recepção calorosa de alguns e o preconceito de outros, reconstruir a vida vai além daquilo que foi pensado e a saudade dos amigos, familiares e da terra natal torna o fardo ainda mais pesado. Ainda assim, os caminhos aqui representam oportunidades e muitos continuam. Estima-se que haja 2,5 mil haitianos na região.
Na América, o Haiti foi o primeiro país a se tornar independente, por meio de uma revolução de escravos e libertos. Superação é uma das marcas do povo haitiano. Na chegada ao Brasil, muitos tiveram os direitos negados, sofreram com a indiferença e inclusive foram enganados por falsos empresários.
O apoio da comunidade tem sido fundamental para que a realidade se aproxime do sonho de uma vida melhor. Escolas, organizações sociais, empresas e indivíduos tentam facilitar essa adaptação. No Dia da Bandeira, tradicionalmente comemorado no dia 18 de maio, se tem a chance dos haitianos mostrarem suas tradições e valores.
Por meio dessa valorização, da história e da bagagem do outro, se tem um processo de reconhecimento. Isso causa empatia e torna a relação entre mais harmoniosa. Na roda do tempo, um dos maiores erros da humanidade foi obrigar povos com tradições diferentes a cultivar os costumes dos dominadores.
Romper com esse histórico é um desafio da sociedade. Uma adaptação necessária frente aos novos tempos. Para conseguir uma sociedade mais justa, igualitária e consciente, o caminho central é educação, empatia e oportunidade.

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