Os dados do Caged divulgados ontem pelo governo federal geram uma onda de entusiasmo pelo país. Trata-se do melhor resultado para o primeiro semestre desde 2014 em termos de geração de emprego. Nos seis primeiros meses deste ano, o Brasil registrou saldo positivo de 408 mil vagas.
Os índices referentes a postos de trabalho estão entre os principais dados para mensurar as condições socioeconômicas da nação. Embora alentadoras, as informações acerca da empregabilidade precisam ser interpretadas com cautela. Em maio, por exemplo, o resultado do PIB demonstrou estagnação econômica, e especialistas alertaram para a possibilidade de nova recessão.
Nos últimos anos, a crise fez disparar o número de pessoas sem ocupação formal, e as consequências desse processo estão longe de ser resolvidas. Ainda sem uma perspectiva clara sobre os rumos da economia brasileira, o desemprego ainda assombra as famílias em todo o território nacional. Estima-se que cerca de 12 milhões ainda estão fora do mercado de trabalho formal.
Dentro desse contexto, o Vale do Taquari, novamente, se destaca na criação de oportunidades. No semestre, enquanto foram demitidas 19,9 mil pessoas, mais de 21,4 mil foram admitidas, o que representa uma diferença de mais de 1,5 mil.
A metade das vagas geradas é proveniente da indústria na região. O setor criou 763 (50%) postos de trabalho. A área de serviços aparece em segundo, com 534 (35%). Construção civil (9%), comércio (3,6%) e outros segmentos (0,9%) completam o ranking. Destaca-se o fato de que todos os setores tiveram saldos positivos.
A matriz produtiva diversificada segue como uma das mais importantes qualidades da região. Essa característica propicia desenvolvimento econômico, reduz a incidência de crises e garante índices próximos do pleno emprego. O otimismo regional, porém, deve estar acompanhado de atenção. Há uma profunda mutação no mercado de trabalho oriundas das transformações tecnológicas.
Mudanças nas relações trabalhistas, processos produtivos reformatados, empregadores mais exigentes e a substituição gradativa da participação humana pela tecnologia. Mais do que nunca, a qualificação permanente torna-se fundamental não apenas para a disputa de vagas, mas para a permanência no emprego e ascensão profissional, num ambiente cada vez mais competitivo.
Editorial
Ainda muito para avançar
Os dados do Caged divulgados ontem pelo governo federal geram uma onda de entusiasmo pelo país. Trata-se do melhor resultado para o primeiro semestre desde 2014 em termos de geração de emprego. Nos seis primeiros meses deste ano, o Brasil…