Escombros permanecem jogados no cemitério da Comunidade Evangélica Luterana do bairro São Bento. Passados 11 meses do ato de vandalismo, mais de 30 túmulos estão totalmente ou parcialmente destruídos.
Presidente da comunidade, Odilo Purper percebe dificuldade do cemitério ser o mesmo de antes da destruição. “Aos poucos, o pessoal está ajeitando do jeito que consegue. Mas sei que haverá lápides que não serão consertadas”, comenta.
Dos túmulos que seguem danificados, a maioria são antigos e remontam do início do século. Alguns jazigos apresentam inscrições em alemão. “São túmulos que já não eram nem visitados mais”, percebe. Conforme Purper, a comunidade evangélica estuda a possibilidade de construir gavetas e substituir os túmulos destruídos.
Após o vandalismo, câmeras de videomonitoramento foram instaladas no cemitério. A comunidade também melhorou a iluminação para evitar a concentração de pessoas estranhas no local.
Reestruturação
Os túmulos dos avós, do pai e do tio de André Schneider, 49, foram danificados no ato de vandalismo. “Ainda tive sorte. Só derrubaram as lápides, mas nada foi quebrado. Poderia ter sido muito pior”, comenta o morador.
Ele gastou R$ 300 no conserto. Antes do Dia dos Finados, em novembro de 2018, os túmulos estavam prontos. “É importante para manter a memória dos familiares”, comenta. Na opinião de Schnedeir, a instalação das câmeras e melhorias na iluminação trouxeram mais segurança ao local.
Sem solução
Em setembro do ano passado, um mês após o crime, a Polícia Civil trabalhava com a hipótese de até cinco suspeitos para o crime. Uma das dificuldades para identificar os responsáveis era a falta de câmeras de segurança no local.
Passados 11 meses, o crime segue sem nenhuma pessoa responsabilizada. “Na época o delegado Dinardi Marshall Júnior respondia. Me lembro que foi feito diligências e ouvido pessoas, mas não foi apurado a autoria”, relembra o delegado Márcio Moreno.
O ato se configura como dano ao patrimônio. A legislação prevê pena de um a seis meses de detenção ou multa. Também pode haver enquadramento no crime de violação de sepultura, o qual prevê pena de reclusão, de um a três anos, e multa.
FÁBIO KUHN – fabiokuhn@jornalahora.inf.br