Natural de Roca Sales, Stéfani Kummer, 21, está morando em Macau, na China, faz dois anos. A estudante largou o curso de publicidade e propaganda e partiu para o intercâmbio com o intuito de aprender o mandarim
O que te motivou a ir para a China?
O meu sonho era fazer um intercâmbio. Estava na metade do curso de publicidade e propaganda quando vi o edital sobre Macau. Conciliou que estava terminando meu curso de inglês, então decidi partir para um idioma mais desafiador.
Como funciona o intercâmbio?
O intercâmbio é através da Univates em parceria com o Instituto Politécnico de Macau. Tenho bolsa de estudo completa, com os custos bancados pelo governo chinês com a intenção de expandir o mandarim pelo mundo. Meu curso tem uma duração de 4 anos, três deles em Macau e um em Beijing.
O que mais lhe chama a atenção na experiência?
Sair do Brasil para viver na China é uma aventura, todo dia é uma novidade. Eu tive o privilégio de viajar por alguns pontos da Ásia e conhecer pessoas do mundo inteiro. É muito interessante aprender sobre outras culturas, ouvir as diferentes opiniões das pessoas sobre os mais diversos assuntos e conhecer seu estilo de vida. Comecei a rever minhas próprias ideias e opiniões, respeitar e compreender o diferente.
O que te surpreende neste país?
Positivamente é a qualidade de vida e a segurança. Eu posso andar na rua sozinha, de madrugada, sem medo. Temos internet grátis espalhada por vários lugares, ônibus rodando 24 horas por dia, mercados, farmácias e restaurantes abertos a noite toda. Negativamente a distância e o clima. O calor é extremo e o verão é marcado por tufões que, mesmo com toda a estrutura preparada, costumam deixar um rastro de destruição pela cidade.
Como é a culinária?
A culinária predominante em Macau é a chinesa, que eu não gosto muito. E não, não se come cachorro, nem insetos, nem cobras. Em algumas cidades da China tu até acha, mas só serve pra fazer turista gastar dinheiro.
Alguma vez você se arrependeu?
Me arrepender nunca, mas me questionar sim. Mandarim é difícil, em momentos de angústia com os estudos, bate a saudade de casa. Já questionei minhas escolhas, mas todas as crises foram superadas e terminaram em aprendizados. O mundo é grande demais pra viver a vida toda no mesmo quadrado.
CAETANO PRETTO – caetano@jornalahora.inf.br