No aguardo  do FGTS

Editorial

No aguardo do FGTS

A confirmação de que o governo federal irá liberar na próxima semana recursos para saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) cria expectativas na sociedade. Ainda sem detalhar como e quem poderá recolher o benefício, o Palácio…

A confirmação de que o governo federal irá liberar na próxima semana recursos para saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) cria expectativas na sociedade. Ainda sem detalhar como e quem poderá recolher o benefício, o Palácio do Planalto anuncia a medida com um “balão de oxigênio” para a economia brasileira.
A conjuntura nacional exige ações emergenciais para recuperar o fôlego e, em curto prazo, a liberação consiste em uma estratégia razoável para reanimar o cenário econômico, estimular o consumo e facilitar a redução da inadimplência. Contudo, o cidadão precisa ter cautela e avaliar bem a sua situação financeira antes de decidir sacar ou não o dinheiro.
Para quem está em situação estável no emprego e não tem planos de fazer financiamentos imobiliários, é aconselhável retirar a quantia possível da verba do fundo e aplicá-la na poupança, cujo rendimento é maior. Se a pessoa tem dívidas, especialistas convergem para importância de aproveitar o recurso para saná-las, ao menos em parte.
Contudo, fazer uso do benefício agora é abrir mão de uma reserva projetada para o futuro. No médio e longo o prazo, tanto em termos de finanças pessoais, como no cenário macroeconômico, os efeitos da medida se diluem. Isso porque reduz a seguridade social, visto que o FGTS ainda é a proteção para o trabalhador que é demitido, permitindo cobrir despesas por um tempo e manter a contribuição ao INSS, que assegura benefícios como pensão por morte e auxílio doença.
Apesar do resultado instantâneo, está longe de ser a solução para o grave quadro em que o país se encontra. Anteriormente, a tática do governo seria fazer a liberação após a aprovação da reforma da previdência. Na iminência de contar com o aval do congresso, o movimento parece ter sido antecipado.
Mais do que da liberação dos saques, a recuperação econômica do país depende de políticas de desenvolvimento e da geração de empregos, além da aprovação das reformas estruturais, como a da previdência, a tributária e a revisão do pacto federativo.
 
 

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