Mario Azambuja, 36, fez a primeira tatuagem aos 10 anos. Tatuou na própria coxa um desenho que viu em uma revista. Na época, era raro encontrar alguém tatuado nas ruas de Lajeado. A arte feita na pele superou o preconceito, virou moda e a profissão que Mario segue faz 18 anos
Como iniciou sua relação com a tatuagem?
Comecei a trabalhar com tattoo faz uns 18 anos. Meu irmão, Chunho, já era tatuador. Às vezes, eu ajudava ele a organizar a loja no final do expediente. Quando pequeno eu estava sempre me desenhando. Certo dia ele me deu alguns materiais que não usava mais. No outro dia mesmo me tatuei. Ficou massa, fui fazendo e aprendendo até hoje.
O que te motiva neste trabalho?
Sempre gostei dessa arte, desde pequeno eu via nas revistas, na televisão, etc. Apesar de não ter muita informação como tem hoje. A cada trabalho é uma evolução, um aprendizado. É isso que me faz seguir.
Quantas pessoas você tatuou desde que começou a trabalhar?
Não sei quantas pessoas tatuei, nem tem como descrever isso. Já foi alguma pele rabiscada. Para ter uma base, faço de três a cinco tattoos por dia. Às vezes menos, às vezes mais. Mas foi muita coisa já, muita tinta, agulha e disposição.
Quem são as pessoas que procuram teu trabalho? Há um perfil?
Hoje em dia não há um perfil certo. E outra, não tem idade para fazer tattoo. É uma realização pessoal. Tatuo pessoas mais novas, de meia idade, mais velhos. Hoje tatuo médicos, empresários, dentistas, atendentes de lojas, gente mais humilde. Para mim não há diferença de raça ou idade ou o que seja, a ideia é espalhar a arte por aí e continuar o trabalho que eu amo executar.
A tatuagem já sofreu preconceito e hoje é algo bem popular. Como você vê este processo?
Sim, a tattoo já foi muito mal vista. Fiz minha primeira tattoo com 10 para 11 anos. Na ėpoca, só eu e mais três ou quatro na cidade tínhamos. Era considerado coisa de presidiário e vagabundo, hoje em dia está na moda! É mais fácil ver na rua gente tatuada do que sem tattoo. Eu acho e sempre achei ridículo esse preconceito. Cada um sabe o que quer fazer com seu corpo. Um desenho não muda seu caráter ou o que você sabe fazer. Vivo disso graças a Deus. O mais legal é poder deixar uma marca nas pessoas e ver essa arte se expandindo pelo mundo todo.
MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora.inf.br