A paixão da estudante de jornalismo Aline Pfeil, 23, por um dos conjuntos de rock mais consagrados da história vem de berço. O envolvimento da estrelense foi crescendo e o universo beatle foi o tema escolhido por ela para o trabalho de conclusão de curso
Como surgiu o seu interesse pelos Beatles?
The Beatles é minha banda favorita. As suas músicas de caráter comercial, aquelas do começo da carreira, eram frequentemente tocadas na playlist aleatória do meu pai, que rodava no carro. Então, desde nova me peguei envolvida na sedução melódica e rimas fáceis daqueles sons. À medida que o tempo passava, crescia o interesse em conhecer mais sobre a banda. Ganhei de presente do meu pai o álbum 1, uma coletânea de singles que ficaram em primeiro lugar nas paradas britânicas e americanas. Ouvi aquele disco diversas vezes. Não deu outra. Me tornei uma grande fã.
Por que decidiu abordar a cultura beatle na academia?
Na aula “Temas Contemporâneos”, ministrada pelo professor Mateus Dalmáz, foi veiculado o filme “Across the Universe” para compreendermos um determinado período da história a partir dos elementos contidos na obra. Ali descobri que é possível abordar produtos da cultura popular dentro da academia. O curso possibilita o estudo de objetos de pesquisa como filmes, música e literatura.
Sobre o que fala o seu trabalho de conclusão?
Inicialmente meu projeto de pesquisa tratava da veiculação de reportagens ambientais em revistas. Durante o processo de escrita, me frustrei, desisti e imediatamente contatei o professor Flávio Meurer. A ideia de analisar um álbum dos Beatles partiu da sugestão dele. Meu gosto pela banda sempre foi evidente. Logo, decidi o objeto de pesquisa, amadurecemos a proposta e ele se tornou meu orientador. O meu trabalho pretende analisar o álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band pela perspectiva da indústria cultural a partir da tensão entre arte e mercadoria.
Que legado a banda deixa para o cenário musical e para os fãs?
Os “garotos de Liverpool” revolucionaram a cultura da música pop, e, ao passo que tiveram êxito, sentiram a necessidade de sofisticar suas composições, sendo pioneiros na experimentação sonora em estúdio. Particularmente percebo a imortalidade das músicas dos Beatles, presente enquanto trilha sonora em qualquer momento da vida. É ótimo pensar que podemos entender as transformações no cenário musical e cultural da década de 60 a partir de uma banda, a qual pavimentou o caminho para diversas novas formas de fazer música.