Uma ação realizada pela Força Tática da Brigada Militar no fim da tarde de terça-feira, 16, resultou no fechamento de uma banca de Jogo do Bicho. O caso aconteceu na rua Pedro Albino Müller, no bairro Florestal. Quatro pessoas chegaram a ser detidas e houve a apreensão de R$ 47,1 mil.
Conforme o 1º tenente da Brigada Militar, Fábio Railander Dias Silveira, a equipe foi até o estabelecimento depois de receber uma denúncia anônima sobre a prática do jogo de azar naquele local.
Foram encontrados e recolhidos centenas de blocos, com anotações que mostravam a movimentação em dinheiro e o controle dos jogos. Também foram apreendidos R$ 45 mil em cheques, R$ 2,1 mil em dinheiro, dois notebooks e um tablet.
Três homens, de 30, 37 e 59 anos, e uma mulher de 32 anos estavam nos fundos do imóvel e foram conduzidos e apresentados na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Lajeado. Depois do registro da ocorrência, os quatro acabaram liberados.
Sem prisão
Junto com o dinheiro, foram encontradas anotações de controles de jogos
De acordo com a delegada plantonista da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), Márcia Scherer, o jogo do bicho é uma contravenção penal e um crime de menor potencial ofensivo. Por isso, as penas podem ir de quatro meses a um ano de prisão, tanto para exploradores quanto para jogadores.
Já Railander lembra que não é comum o recebimento de denúncias anônimas sobre o funcionamento de bancas de jogo do bicho e diz que o 190 está a disposição da comunidade.
R$ 12 bilhões
Proibido desde outubro de 1941, o Jogo do Bicho é considerado a aposta clandestina mais “rentável” no país, movimentando cerca de R$ 12 bilhões por ano, sem nenhuma contrapartida para o Estado ou a sociedade.
Estima-se que, caso os jogos de azar fossem legalizados (incluindo bingos e caça-níqueis), o governo arrecadaria cerca de R$ 6 bilhões por ano. Há grupos, incluindo políticos, que defendem a legalização do jogo.
Já entre juristas, há um movimento pela extinção da Lei de Contravenções Penais, transformando algumas das práticas em crime, como o jogo do bicho. Isso resultaria em penas mais severas para exploradores.
MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br
