Uma noite para celebrar Belchior

Lajeado

Uma noite para celebrar Belchior

Show domingo no teatro da Univates relembra os grandes sucessos do compositor cearense e terá banda que o acompanhou por mais de dez anos

Uma noite para celebrar Belchior

Neste domingo, o público terá a oportunidade de recordar a trajetória de um dos maiores compositores da música brasileira. “Alucinação, um concerto bárbaro” inicia às 20h. A ideia é recriar a atmosfera das apresentações do bardo de Sobral.
“O pessoal pode esperar um grande espetáculo. Não digo completo, porque falta ele. E vai continuar fazendo falta na MPB um cara que escreva tão bem quanto o Belchior”, afirma o diretor geral do espetáculo, Eduardo Hommes, que produziu 115 shows do músico.
O diretor explica que o intuito do show é homenageá-lo, não fazer imitações. A apresentação conta com a banda Radar, que acompanhou Belchior em mais de mil shows e em gravações de discos por mais de uma década. Quem dá voz às músicas é o gaúcho Jarbas Homem de Mello, ator, cantor e bailarino, um dos mais importantes nomes do teatro musical do Brasil.
O espetáculo tem duração de 1h40min. No repertório estão sucessos como “Alucinação”, “Medo de Avião”, “Como Nossos Pais” e “A palo seco”, além de canções menos conhecidas que Belchior gostava de cantar, como Balada de Madame Frigidaire. Haverá também projeção de imagens e serão contadas histórias da vida de Belchior.

O refúgio gaúcho do bardo cearense

Banda Radar acompanhou Belchior em mais de mil shows e gravações

Banda Radar acompanhou Belchior em mais de mil shows e gravações


Em 2009 o cantor cearense decidiu se afastar da vida pública, da aglomeração e dos shows. Passou a viver de maneira reclusa. No fim da vida, Belchior se refugiou em Santa Cruz do Sul. Poucos habitantes sabiam da moradia do artista.
Um dos guardiões desse segredo é o amigo e fã Dogival Duarte, 56, escritor, radialista e jornalista. Ele levou Belchior para morar em sua residência. Dogival concedeu entrevista à equipe de jornalismo da Univates.
Ele conheceu a obra de Belchior nos anos 80. Foi paixão à primeira vista. Começou a frequentar os shows do cantor no estado. Iniciou-se uma amizade que durou anos. Se encontravam e falavam sobre literatura.
Quando Belchior decidiu sumir da vida pública, foi para o Uruguai, onde viveu na cidade de San Gregorio de Polanco. Depois, esteve em várias cidades gaúchas. Meio por acaso, foi parar na casa de Duarte.
Ele queria discrição. Ler, desenhar, conversar, tomar vinho, conviver discretamente. Belchior morou também na casa de outros amigos, até que decidiram alugar uma casa para ele, onde o cantor faleceu.
“Muitos perguntam se o Belchior estava louco, pirado. Não, absolutamente. Belchior estava sempre lúcido, falante, ouvinte e estava bem de saúde. O Belchior estava maravilhoso, só não aprofundava os assuntos pessoais, como os motivos de seu sumiço dos palcos”, recorda Duarte. Antonio Carlos Belchior morreu no dia 30 de abril de 2017, em Santa Cruz do Sul.
 

MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora.inf.br

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